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Oeste: Lançada construção de variante rodoviária da A8 às Palhagueiras no concelho de Torres Vedras

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O secretário de Estado do Planeamento e do Desenvolvimento Regional presidiu hoje em Torres Vedras à cerimónia de lançamento da construção da variante rodoviária às Palhagueiras, um investimento que ultrapassa os 21 milhões de euros (ME). "É um projeto que contribui para melhorar a mobilidade das empresas e das pessoas", disse o secretário de Estado do Planeamento e do Desenvolvimento Regional, Hélder Reis. "Temos a garantia de que a empresa irá construir este projeto dentro daquilo que é o prazo do Plano de Recuperação e Resiliência {PRR]. Esperamos que não haja percalços pelo caminho, e se houver estamos cá para tentar resolvê-los rapidamente, para em maio de 2026 eu cá estar na festa" da inauguração.

A presidente da câmara, Laura Rodrigues, sublinhou que o projeto "é uma pretensão antiga da câmara, prevista no Plano Diretor Municipal desde 1995. A variante vai "permitir melhorar os acessos das empresas", reduzindo custos de transportes, bem como dos cidadãos, contribuindo para uma maior competitividade territorial.

Com a variante de ligação da autoestrada A8 (Lisboa/Leiria) à Área Empresarial das Palhagueiras, o município do distrito de Lisboa pretende ir ao encontro das empresas agroalimentares do concelho. "Os produtos agrícolas precisam chegar da terra ao consumidor de forma rápida", enfatizou a autarca, para quem é preciso reduzir o tráfego e a passagem de veículos pesados nos aglomerados urbanos.  A fileira representa 33% do volume de negócios da economia local e mil milhões de euros, dos quais 260 milhões são obtidos nas exportações. Em 2024, circularam mais de sete mil veículos entre os nós Torres Vedras Centro e Ramalhal, da A8, sendo o primeiro aquele que regista maior trânsito de acesso à autoestrada.

A construção da variante foi entregue à empresa Construções Pragosa por 16,7 ME, acrescido de IVA, o que perfaz 17,7 ME, e com um prazo de execução de 10 meses. O município estima que o investimento possa ultrapassar os 21 ME, já que aos quase 18 ME da execução da empreitada, juntam-se 1,8 ME em expropriações e 1,3 ME na revisão de preços. A câmara vai repartir os encargos da empreitada por 2025 (9,5 ME) e 2026 (7,2 ME).

A oposição na Câmara de Torres Vedras tem vindo a criticar a maioria socialista por atrasos no processo de construção da variante, comprometendo o financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência, cujo calendário aponta para junho de 2026 a conclusão das obras que financia. Em abril, o município aprovou um empréstimo de médio e longo prazo de 14,5 ME, a 20 anos. A autarquia justificou o recurso ao crédito bancário tendo em conta que "a estimativa de investimento é superior ao valor do financiamento contratualizado" no PRR. Em dezembro, o município aprovou o projeto da variante e declarou a utilidade pública de 58 parcelas de terreno, numa extensão de cerca de 40 hectares, necessárias à construção da variante rodoviária, com um encargo de 1,8 ME. Em janeiro de 2023, o município obteve financiamento do PRR para o projeto, tendo a comparticipação aumentado dos iniciais 7 ME para 11,6 ME. Em 2022, foi aprovado o seu traçado, com uma extensão de seis quilómetros e duas faixas em cada sentido, o que vai permitir desviar muitos veículos da vila de A-dos-Cunhados.

O município quer "este ano lançar concurso para o projeto" de prolongamento da variante até Santa Cruz, uma via de quatro quilómetros estimada em 14 ME, para executá-la no próximo mandato autárquico.

Texto: ALVORADA com agência Lusa.