Greve: trabalhadores da administração local exigem aumentos contra a subida do custo de vida
- Categoria: Sociedade
- 27/06/2025 15:26
Centenas de trabalhadores das autarquias locais e de empresas municipais reivindicaram hoje o aumento do salário mínimo para os mil euros, numa marcha que terminou junto ao Parlamento e contou com a solidariedade de partidos de esquerda.
“Há uma reforma do Estado a caminho, que nós não sabemos muito bem em que é que se vai basear essa reforma do Estado e em que é que vai consistir. E se estes trabalhadores já têm críticas e manifestam já vários problemas, como salários, actualizações de salários, etc., esperemos que, com essa reforma do Estado, estes direitos, nomeadamente, até o direito à greve, não fique ameaçado”, defendeu a deputada do Livre Filipa Pinto, em frente ao Parlamento.
Durante a marcha, iniciada no Largo Camões, em Lisboa, os trabalhadores, vindos de todos os distritos do continente e também das ilhas, gritaram palavras de ordem, perante a surpresa de alguns turistas e o apoio de alguns transeuntes, enquanto aproveitavam as paragens da caminhada para ocupar as poucas sombras do caminho. “O custo de vida aumenta, o povo não aguenta”, “é urgente e necessário o aumento do salário” e “não podemos aceitar empobrecer a trabalhar”, “o risco é diário, o suplemento é necessário”, “é preciso, é urgente uma política diferente”, foram algumas das palavras de ordem repetidas durante o percurso.
Além de assistentes operacionais das câmaras municipais e das juntas de freguesia, o protesto incluiu trabalhadores de empresas do sector empresarial local, como funcionários da EGEAC - Empresa de Gestão e equipamentos culturais da Câmara de Lisboa, que “exigem aumentos salariais”. Também estiveram presentes representantes de outras profissões ligadas ao sector local, como bombeiros, águas e transportes urbanos, nomeadamente uma delegação dos motoristas dos transportes urbanos de Coimbra, “em luta pelas suas carreiras”, e trabalhadores da Águas de Portugal, “em luta pela valorização profissional”.
A manifestação foi agendada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (STAL), segundo o qual os trabalhadores exigem o aumento de todos os salários, ou seja, dos assistentes operacionais, dos assistentes técnicos e dos técnicos superiores.
O STAL acompanhou a proposta reivindicativa da Frente Comum e dos restantes sindicatos da Administração Pública, propondo uma revisão intercalar do salário mínimo para que atinja os 1.000 euros já este ano, com um aumento mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores. Os trabalhadores reivindicam também o aumento do subsídio de refeição, a valorização geral das carreiras e a reposição de carreiras da administração local.