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Autárquicas: IL diz que eleição em dois fins-de-semana gera mais problemas do que soluções

eleicoes autarquicas de 2021

A Iniciativa Liberal acusou hoje o ministro da Administração Interna de “desorientação” e considerou que haver autárquicas em dois fins-de-semana "gera mais problemas que aqueles que resolve”, defendendo votações em “dois dias consecutivos”.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita admitiu hoje, em entrevista à agência Lusa, a possibilidade de as eleições autárquicas, previstas para Setembro ou Outubro, se realizarem em dois fins-de-semana devido à pandemia de Covid-19.

O deputado único e presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, referiu que o partido está “a ultimar um projecto-de-lei de alteração das várias leis eleitorais que também prevê mais que um dia de votação”, não devido à pandemia, mas como solução para aumentar a participação das pessoas. “O nosso modelo vai prever dois dias consecutivos e não dois fins-de-semana que gera uma série de problemas logísticos e até de segurança relativamente à eleição que nos parecem complicados”, apontou, considerando que a ideia defendida pelo ministro “gera mais problemas que aqueles que resolve”.

Em relação às declarações de Eduardo Cabrita, para o liberal estas são “mais uma prova de desorientação deste ministro”. “Faz um anúncio destes sem se perceber se é relacionado com o medo da pandemia ainda estar demasiado presente na altura das eleições - que seria gravíssimo do ponto de vista da confiança daquilo que se está a fazer e do plano de vacinação em concreto - ou se isso é uma alteração mais estrutural”, lamentou.

Cotrim Figueiredo insiste que “prever dois fins-de-semana para eleições gera problemas de controlo da integridade da votação altamente complexos”. “É mais uma prova da trapalhada no conteúdo daquilo que está a ser proposto ou, certamente - isto já não há dúvida - da comunicação do mesmo”, condenou.

Sobre as dificuldades apontadas pelo ministro em relação ao voto antecipado em mobilidade para as autárquicas, o deputado da Iniciativa Liberal concordou com o ministro. “No caso das autárquicas isso é verdade, mas o que se pode fazer em mobilidade é, dentro do mesmo concelho, fazer o que se faz à escala nacional na mobilidade nas outras eleições. Não tem o mesmo efeito, mas mitigaria alguns dos casos”, propôs.

Na entrevista à Lusa, Eduardo Cabrita disse que nas eleições autárquicas “não está previsto o voto antecipado”, mas existe “abertura para ponderar modelos”, sendo “a distribuição do voto entre dois fins-de-semana perfeitamente possível”. Ressalvando que “tudo depende da Assembleia da República”, o governante explicou que, nas eleições autárquicas, “não é possível o voto em mobilidade porque isso implicaria ter tantos boletins de voto disponíveis quantas as três mil freguesias que existem no país e, portanto, seria uma operação logística impossível”.

Texto: ALVORADA com agência Lusa