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Petição sobre o futuro Hospital do Oeste nasce em Torres Vedras para defender centralidade regional

Assembleia da Republica

Por um "imperativo de justiça e equidade" foi lançado, em Torres Vedras, a segunda petição sobre o futuro Hospital do Oeste, que tem como primeiro subscritor o ex-presidente socialista da autarquia torriense, José Augusto Carvalho, onde é defendido que devem ser reconhecidas as conclusões do estudo "cientificamente sustentado" realizado para o efeito pela AD Nova IMS - Associação para o Desenvolvimento da Nova Informação Management School, da Universidade Nova de Lisboa.

Na petição dirigida à Assembleia da República, para discussão no hemicilo, o documento intitulado ‘Um Novo Hospital para Todo o Oeste’, é defendido que deve “ser reconhecida a extrema necessidade e urgência na construção e entrada em funcionamento” da futura infraestrutura hospitalar pública, “ser reconhecida a validade do processo em curso conducente à concretização de tal objectivo” e “consequentemente, ser aprovada pelo Ministério da Saúde a localização do hospital a construir no prazo previsto e divulgado pelo ministro da Saúde, ou seja, até 31 de Março”. Outra exigência é que deve “ser definido e tornado público o calendário das acções subsequentes até ao lançamento do concurso da correspondente obra”.

Os subscritores desta petição recordam que os 12 municípios que integram a OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste “acordaram na realização de um estudo técnico para a localização de um e só um, novo hospital para todo o Oeste”. “Trabalho isento, objectivo, técnica e cientificamente inatacável, encomendado a peritos da Universidade Nova. Concluído o estudo, foi o mesmo entregue pessoalmente ao ministro da Saúde, num clima de unanimidade quanto às conclusões apuradas”, refere o documento.

Afastadas as divisões de décadas anteriores que só prejudicaram o desenvolvimento do Oeste, era manifesto um inequívoco sentido de responsabilidade num trabalho comum quanto ao virar de página no âmbito dos cuidados hospitalares que todos os habitantes do Oeste ambicionam, merecem e têm direito. Lamentavelmente, porém, foi sol de pouca dura”, lamenta o manifesto. Nesse sentido, é criticado o comportamento dos “representantes de dois municípios do norte do Oeste” - numa clara alusão a Caldas e Óbidos - porque “deram o dito por não dito, mandando às urtigas os compromissos que livremente todos haviam assumido, numa atitude divisionista, demagógica e irresponsável. Agora, corre-se o risco de este processo transparente e consensual, laboriosa e pacientemente conduzido, regressar ao ponto zero. Quem sofre? As populações!”.

Explica ainda a petição que surge “na gravidade deste contexto”, em que mais de duas centenas de eleitos das Assembleias Municipais de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Lourinhã, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, nos últimos dias, deliberaram em reuniões dos respectivos órgãos uma moção defensora da centralidade do futuro Hospital do Oeste. “Após o caminho percorrido, não é hora de voltar atrás, devendo o Ministério da Saúde acolher as conclusões do sobredito estudo, técnica e cientificamente inatacável”. Quanto à deliberação tomada na maioria das assembleias municipais oestinas, é sublinhado que 200 autarcas votaram a favor e apenas um se absteve.

Outro aspecto salientado nesta petição passa pelos concelhos do sul do Oeste se confrontam com uma assinalável expansão demográfica, tal como a vizinha Área Metropolitana de Lisboa, “pelo que é pura falácia afirmar que os respectivos habitantes podem utilizar os hospitais de Vila Franca de Xira e Loures já deveras congestionados, como o demonstram recentes ocorrências divulgadas pela comunicação social”. “Os residentes em Alenquer e Arruda dos Vinhos que recorrem ao Hospital de Vila Franca de Xira, consideram-no sobrelotado e com falta de profissionais, beneficiando do futuro hospital, em especial, a população do Alto do Concelho de Alenquer. Ao invés, concelhos como Caldas e Alcobaça registaram um decréscimo populacional significativo na última década”, destaca a petição.

Recorde-se que a primeira petição sobre este novo processo do novo Hospital do Oeste que deu entrada na Assembleia da República, teve origem nas Caldas da Rainha e entregue na Assembleia da República, onde é defendida a construção da unidade hospitalar neste concelho e é posta em causa a validade do estudo realizado pela Universidade Nova de Lisboa para a OesteCIM.

Texto: ALVORADA
Fotografia:Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)