Apagão: Hospitais e Centros de Saúde estão a funcionar normalmente assegura ULS Oeste
- Categoria: Oeste
- 29/04/2025 14:42
Os hospitais e centros de saúde da ULS - Unidade Local de Saúde do Oeste estão hoje a funcionar normalmente, depois dos constrangimentos gerados ontem ao longo de 10 horas sem energia eléctrica, informou a instituição ao ALVORADA: “hoje, na sequência do restabelecimento do fornecimento de energia eléctrica em toda a sua área de influência, os serviços desta ULS encontram-se a funcionar com normalidade”.
Em resposta a um conjunto de questões do nosso jornal, o Conselho de Administração da ULS Oeste informa que, no decorrer do apagão generalizado que afectou todo o território continental, foram activados os geradores de emergência que abasteceram as Unidades Hospitalares da ULS Oeste de energia eléctrica - Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras - que permitiu “o seu funcionamento em moldes muito semelhantes à normalidade”. Os geradores dos edifícios hospitalares funcionaram em pleno, sem constrangimentos. “Porém, afigurou-se necessário adquirir combustível adicional, por precaução e por se desconhecer inicialmente a previsão de restabelecimento de energia eléctrica, tendo ainda a Protecção Civil dos vários concelhos colaborado activamente para encontrar soluções”, refere ainda a instituição pública.
Ainda segundo a ULS Oeste, todos os serviços clínicos funcionaram normalmente, excepto a actividade cirúrgica programada não-urgente no Hospital das Caldas da Rainha, que foi parcialmente cancelada por motivos de poupança de energia, já que inicialmente não havia expectativa do número de horas de suspensão do abastecimento de energia eléctrica. A TAC, nas Caldas da Rainha, não funcionou pelo mesmo motivo. “A actividade cancelada está a ser reprogramada”, assegura a ULS do Oeste.
Todavia, ocorrem falhas no abastecimento de água no Hospital das Caldas da Rainha, tendo o SMAS - Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento “disponibilizado colaboração para resolução” do problema.
A ULS Oeste, presidida por Elsa Baião, destaca que, mais uma vez, “os profissionais da instituição demonstraram o seu empenho, resiliência e vontade de servir, que merecerem o reconhecimento e agradecimento do Conselho de Administração”. Agradece ainda aos vários municípios, designadamente aos respectivos serviços de Protecção Civil e aos SMAS, bem como aos bombeiros e a todos os parceiros da comunidade, pela cooperação e disponibilidade e entreajuda, “neste dia invulgar”. “Aos utente e famílias, agradece-se a compreensão e colaboração demonstradas durante este período e lamenta-se algum transtorno causado”, conclui a ULS Oeste.
Actividade normal retomada na saúde e casos não urgentes remarcados
A actividade normal das unidades de saúde foi retomada hoje e as situações não urgentes que tiveram de ser adiados na segunda-feira, por causa do apagão, estão a ser remarcadas para os próximos dias, garantiu a Direcção Executiva do SNS. Em comunicado, a Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) diz que as 39 Unidades Locais de Saúde (ULS) e os três IPO (Instituto Português de Oncologia) accionaram os respectivos planos de contingência na sequência da falha de energia e “garantiram que todos os recursos estavam concentrados nas respostas urgentes e essenciais para os utentes”. Diz ainda que as maiores dificuldades sentidas foram ao nível do abastecimento de combustível para os geradores, nomeadamente no Hospital dos Capuchos e na Maternidade Alfredo da Costa, bem como a necessidade de substituição de um gerador na ULS Guarda, que se conseguiram solucionar.
Citado no comunicado, o director executivo do SNS, Álvaro Santos Almeida, considerou que “o SNS soube responder à crise”, tendo garantido a resposta às necessidades da população. “Quero também agradecer, em nome da DE-SNS, aos milhares de profissionais que, uma vez mais, demonstraram um forte empenho e dedicação, tendo graças a eles o SNS mantido a operacionalidade, segurança e capacidade de resposta”, acrescentou. A nota adianta ainda que durante dia de segunda-feira a DE-SNS esteve em contacto com as ULS no sentido de apurar dificuldades, precaver problemas e garantir o abastecimento dos geradores dos hospitais.
Em declarações à Lusa hoje de manhã, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Xavier Barreto, contou que houve alguns momentos tensos na segunda-feira por causa da necessidade de reabastecimento de combustível para os geradores dos hospitais, pois nem todos tinham a mesma autonomia. “A partir do momento em que aconteceu a falha, todos os hospitais começaram a tentar perceber qual era a sua autonomia, qual a quantidade de combustível que tinham em ‘stock’, e as situações não eram iguais. Tínhamos hospitais com ‘stocks’ mais pequenos e, portanto, com menos capacidade de aguentar os geradores até mais tarde”, explicou o responsável, acrescentando que a coordenação com as diversas autoridades para reabastecer “correu bem”.
Disse ainda que o reabastecimento “foi sendo discutido com a Protecção Civil e com o Governo”, que “assumiu desde logo a prioridade de abastecer os hospitais e abastecer de forma prioritária os que não tinham ‘stocks’ de combustível ou tinham stocks mais ‘baixos’”. “Foi um processo muito tenso. Quando se percebe que os geradores têm um prazo expectável a partir do qual irão parar, não tendo a certeza de que vai ser reabastecido, é sempre um momento muito tenso”, contou. Explicou igualmente que os hospitais, quando perceberam o que estava a acontecer, “desligaram todas as áreas que não eram críticas”, como as consultas, o ambulatório, hospitais de dia e áreas de apoio, como lavandarias e cozinhas. “A energia disponível nos geradores e nas baterias tem de ser guardada para os doentes críticos”, acrescentou o responsável.
Texto: ALVORADA com agência Lusa