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Lourinhã: Derrocada em arriba volta a interditar acesso automóvel à praia de Paimogo

Praia de Paimogo 2025

O Serviço Municipal de Proteção Civil da Lourinhã e a Capitania do Porto de Peniche interditaram hoje o acesso automóvel à praia de Paimogo, na sequência de uma derrocada na arriba norte. “Foi-nos reportada no domingo a queda de quatro ou cinco blocos rochosos, entre meio metro a um metro cúbico, na via de acesso ao portinho de recreio”, confirmou à agência Lusa o coordenador municipal da Proteção Civil, Daniel Neves.

As duas entidades solicitaram a retirada das viaturas estacionadas e o acesso à praia foi vedado a automóveis. O responsável esclareceu que o acesso “está vedado” a automóveis, exceto para a largada e tomada de embarcações, tendo sido colocada sinalização de perigo de queda de blocos. O responsável deste serviço municipal esclareceu que a população “pode continuar a usufruir da praia, mas através do acesso pedonal pela praia de Vale Frades”, recomendando mesmo a que utilizem outras praias, tendo em conta o perigo de erosão. Contudo, o Município da Lourinhã não comunicou o sucedido ao jornal ALVORADA, nem divulgou ainda esta informação na sua página na internet e redes sociais.

Há pelo menos 14 anos que o Município da Lourinhã espera por obras de consolidação na arriba norte de Paimogo pela APA - Agência Portuguesa de Ambiente, recorda a agência de notícias. Apesar de serem feitas ações de monitorização, “de ano para ano há desprendimento de blocos rochosos”, alertou Daniel Neves. A autarquia vai ser responsável pelas obras de estabilização da arriba, após um acordo de delegação de competências da APA no Município da Lourinhã, esclareceu à Lusa o vereador com os pelouros do Ambiente e da Proteção Civil, João Serra. Em abril, o município candidatou ao programa comunitário Portugal 2030 a intervenção de, com um custo estimado de 3,6 milhões de euros e um prazo de execução de 17 meses.

Recorde-se que, em 2011, o acesso à praia de Paimogo foi também interditado a viaturas, na sequência do desmoronamento, que, apesar de não ser classificada como praia balnear, é frequentada durante o verão por banhistas e por pescadores da pesca desportiva, que atracam aí as suas embarcações. Além da insegurança, a instabilidade da arriba pode comprometer o Forte de Paimogo, monumento datado de 1674 e classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1957. Em novembro, o município concluiu as obras de reabilitação do forte, um investimento de um milhão de euros, financiado em 863 mil euros pelo mecanismo financeiro internacional EAA Grants e em 152 mil euros pela edilidade.

A Câmara Municipal quer transformar o forte num espaço cultural dedicado às memórias da comunidade local, com o objetivo de reforçar a identidade local e recuperar saberes tradicionais, e apostar numa programação cultural para o espaço. O imóvel é propriedade do Estado, mas encontra-se há várias décadas à guarda do município através de um protocolo assinado por ambas as entidades. Em 2021, autarquia e Ministério da Administração Interna estabeleceram um acordo de cedência do forte e do antigo posto da Brigada Fiscal de Paimogo por 50 anos, no âmbito do processo de descentralização de competências do Estado para os municípios.

Texto: ALVORADA com agência Lusa. Foto: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo).