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Doença Vascular Cerebral e Covid-19: apenas um em cada cinco especialistas afirmam que doentes têm tratamento habitual

AVC

O Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral (NEDVC) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) elaborou um protocolo de actuação de acordo com as últimas orientações internacionais. Além da adaptação da abordagem do AVC à presente realidade em três momentos, pré-hospitalar, hospitalar e pós-hospitalar, devem-se reforçar as campanhas de consciencialização da população.

Tem-se verificado uma redução no número de admissões em Unidade de AVC e de tratamentos de reperfusão em relação ao período homologo do ano anterior. Esta não é uma realidade apenas de Portugal. Num inquérito a 426 especialistas em AVC de 55 países, apenas um em cada cinco referem que os doentes com AVC estão a receber o tratamento habitual.

Constata-se que a maioria dos pacientes idosos, diabéticos, hipertensos, obesos e com insuficiência cardíaca consideram os hospitais como locais potencialmente não seguros e, por isso, evitam aí deslocar-se. Mas, são estes os doentes que têm maior risco de AVC e de AVC’s mais graves.

O AVC pode também surgir como potencial complicação da infecção SARSCoV2: em duas séries de casos é descrito que 36% dos pacientes com Covid-19 têm complicações neurológicas, sendo as mais comuns tonturas, cefaleia ou encefalopatia.

É urgente sensibilizar a população para os sinais de alerta de AVC e para o que deve ser feito em caso de suspeita de AVC:

- realçar que os hospitais continuam a manter activos os circuitos para tratamentos de doentes sem Covid-19;

- apesar da necessidade de confinamento, perante sinais ou sintomas suspeitos de AVC, não deixar de contactar o 112, activando a Via Verde do AVC para referenciação correcta e atempada aos serviços de emergência, de modo a permitir a realização de terapêutica de fase aguda adequada, minimizando as sequelas. Não esquecer, a mensagem essencial, que o AVC é uma emergência médica;

- alertar para a necessidade de manutenção de terapêutica prescrita (antihipertensores, estatinas, antitrombóticos, terapêutica para diabetes), salientando que não há indicação para suspender qualquer das terapêuticas previamente prescritas, sem indicação de médico assistente.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Fotografia: Direitos Reservados