Eleições: quase 300 mil emigrantes votaram por carta revela Administração Eleitoral
- Sociedade
- 17/03/2024 22:59
Quase 300 mil eleitores portugueses no estrangeiro votaram por carta para as eleições legislativas de 10 de Março, segundo dados recolhidos até sexta-feira pela Administração Eleitoral, que começa na segunda-feira a contar os votos dos emigrantes.
De acordo com um relatório oficial, até sexta-feira tinham sido recebidas 299.322 cartas com votos de eleitores residentes no estrangeiro, representando 19,42% dos 1.541.464 eleitores dos dois círculos no estrangeiro - Europa e Fora da Europa - que optaram por votar via postal.
Esta votação é superior em quase cinco pontos percentuais aos 14,49% de votos recebidos no mesmo período nas eleições legislativas de Janeiro de 2022. A maioria dos votos recebidos são provenientes da Europa (230.731, ou 77%), seguida da América (57.345, 19%), da Ásia e Oceânia (9.396, 3%) e de África (1.850, 1%).
Mais de 1,5 milhões de cartas com os boletins de voto foram enviadas para 189 destinos a partir de 4 de Fevereiro e os votos começaram a chegar a Portugal a 20 de Fevereiro. No total, 5.283 estavam inscritos para votar presencialmente.
Segundo a Administração Eleitoral, até sexta-feira foram devolvidas 106.950 cartas (6,94% do total enviado), enquanto em 2022 tinham sido devolvidas 142.408 (9,37%) no mesmo período. A Europa domina, com 101.016 cartas devolvidas (95%). Destinatário 'desconhecido' é a principal causa da devolução (59,45%), seguida de 'não reclamado' (17,21%).
Os votos dos emigrantes, que elegem quatro deputados - dois pela Europa e dois pelo círculo Fora da Europa - vão começar a ser contados na segunda-feira, no Centro de Congressos de Lisboa, numa operação que decorre até quarta-feira, quando serão conhecidos os resultados.
Esta votação poderá influenciar o resultado final do acto eleitoral, uma vez que a coligação Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) elegeu 79 deputados e o PS 77 na votação de domingo passado.
Só depois de conhecidos os resultados totais, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitará o novo primeiro-ministro. A Aliança Democrática obteve uma vitória tangencial, com 29,5%, nas eleições legislativas nacionais de domingo. Depois do PS, o Chega foi a terceira força mais votada, com 48 parlamentares, seguindo-se a Iniciativa Liberal (oito mandatos), o BE (cinco), o Livre e a CDU (quatro cada) e o PAN (um).
Texto: ALVORADA com agência Lusa