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Na morte de um trabalhador

Hoje, 22 de maio de 2020, no turno da manhã, no sector de carnes do Pingo Doce Lourinhã morreu um trabalhador. Morreu no seu posto de trabalho. Para a entidade patronal, conhecida pela sua filantropia e, publicamente, pelo respeito do cumprimento contratual com os seus colaboradores, nada aconteceu. Os restantes trabalhadores laboram como se de um dia normal se tratasse. Os clientes, desconhecem o sucedido.

O Capital, mais não faz que cumprir o seu dilema, o seu objeto, que é o - “lucro”. Não podia o Patronato prescindir de uma tarde de faturação? (muito menos, quando se trata de uma Sexta-Feira). Com o confinamento, o individualismo e a falta de unidade dos trabalhadores tornam-se mais evidentes. Morreu o homem que, necessariamente, exerceu a sua atividade ao serviço do patrão que afinal o não merecia.

Talvez um dia, na Lourinhã, se saiba valorizar e fazer o luto para aqueles que contribuem para o desenvolvimento do nosso concelho.

José Levy Soeiro