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Manuel Marques - Crónica de uma Homenagem Reprovada

Na pretérita sessão do dia 4 de Outubro, a Assembleia Municipal decidiu reprovar uma proposta de homenagem a Manuel Carlos Marques, o eterno banheiro da Praia da Areia Branca.

A proposta apresentada a votação pelo Partido Chega visava homenagear Manuel Marques, atribuindo o seu nome ao Paredão da Praia da Areia Branca, através de uma placa toponímica. Foi rejeitada por 15 votos, todos eles do inefável Grupo Municipal do Partido Socialista, incluindo os Presidentes de Junta que o integram (até o Presidente da União das Freguesias de Lourinhã e Atalaia), sim aquele Grupo que jamais apresentou, por si próprio, qualquer proposta neste mandato (já para nem falar dos mandatos anteriores), contra 14 votos favoráveis do Chega, PSD, CDS e PCP.

Para argumentar tal chumbo, alcandoraram-se em argumentos como o do oportunismo político dos proponentes, nos quais me incluo, motivo pelo qual rejeitaram a proposta. Só se esqueceram de dizer ao eleitorado que tal proposta resulta da total inércia do Executivo nesta matéria, não obstante o Partido Chega durante, pelo menos, cinco sessões passadas, ter alertado para a necessidade dessa homenagem. Nada fez, nem em vida nem após a morte de Manuel Marques. E, em abono da verdade, atente-se que já no anterior mandato, em vida do Banheiro, o PCP havia proposto tal homenagem. Uma total inépcia política por parte deste Executivo. Outro argumento foi o de que existe também outra família de banheiros que merece homenagem, a família Carolo. Nada contra, a tudo a favor. Ora, se assim é porque não apresentaram o Executivo Municipal, o Executivo da União das Freguesias de Lourinhã e Atalaia ou o Grupo Municipal do PS também já uma proposta neste sentido? Pois é, trabalhar dá trabalho!

Mas temos ainda mais. O líder de Bancada do PS acabou por revelar ao eleitorado o verdadeiro motivo de não aprovarem tal proposta: porque a mesma foi apresentada pelo Partido Chega e não foi assinada por todos os Grupos Municipais, aí sim merecia o beneplácito das iluminadas figuras do Partido Socialista lourinhanense. Ainda bem que lhe caiu a máscara, ainda que tenha sido quase no final da discussão. Já o havia dito em Comissão Permanente de Líderes, mas ainda bem que o fez em público: em resumo só é bom o que o Grupo Municipal do Partido Socialista propõe, o problema é que pouco ou nada propõe! É como aqueles trabalhos de grupo dos tempos da escola, sabemos que todos assinam, mas há sempre aqueles que mais trabalham.

O mais caricato é a dissonância entre o que o Grupo Municipal do Partido Socialista pensa e o Executivo Municipal. Propôs o Senhor Presidente da Câmara Municipal, e bem, verdade seja dita, que a homenagem proposta fosse feita no Feriado Municipal, aos que os proponentes anuíram e alteraram essa parte final da ocasião da homenagem. Ainda assim, o Grupo Municipal do Partido Socialista resolveu reprovar tal recomendação. Lembra-me a história de dois vizinhos: o vizinho preguiçoso, que não gosta de trabalhar e que anda de bicicleta, e o vizinho trabalhador. Um dia o vizinho preguiçoso vê o vizinho trabalhador sair de casa num carro novo e inveja-lhe o carro, só não lhe inveja o trabalho. Assim é o Grupo Municipal do Partido Socialista, ainda para mais querendo se apropriar das ideias alheias.

Assim não vão lá. O eleitorado saberá responder em 2025.     

Fernanda Marques Lopes, líder do Grupo Municipal do Partido Chega na Assembleia Municipal da Lourinhã