Incêndios: detido suspeito de atear fogos na Serra do Montejunto
- Categoria: Oeste
- 16/08/2023 17:27
Um homem, de 31 anos, suspeito da autoria de vários incêndios na serra do Montejunto, nos concelhos do Cadaval e Alenquer, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), anunciaram hoje a GNR e a PJ. Em comunicado, as forças policiais revelam que o suspeito usava “artefactos preparados para retardarem a ignição, [e] terá ateado diversos incêndios”.
Já depois da divulgação da nota, em conferência de imprensa, o director da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo da PJ, João Oliveira, adiantou que o suspeito, que estava a ser “investigado desde há vários meses”, foi detido em flagrante delito. O homem, acrescentou o responsável, está ligado ao sector da construção civil, agia sem quaisquer interesses económicos e apenas por “motivos de natureza fútil”, que apelidou de “mitomania”.
Na nota divulgada ao início da tarde era referido que a investigação da PJ, desenvolvida em articulação com a GNR, ainda não apurou o número exato de fogos que o suspeito terá ateado, mas todos terão ocorrido “em zona florestal, confinante com zona urbana” e “teriam atingido proporções mais gravosas caso não tivesse havido rápida intervenção dos meios de combate”. “A actuação do suspeito colocou em perigo a integridade física e a vida de pessoas, provocou riscos ambientais relevantes, para além de ter provocado elevados custos no emprego de meios e recursos no combate aos diversos fogos e à supressão das ignições”, lê-se na nota.
O presumível incendiário vai ser ouvido em primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Torres Vedras, para aplicação das medidas de coacção.
A investigação contou com o apoio do Grupo de Trabalho de Redução de Ignições (estrutura composta pela PJ, GNR e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente e do Laboratório de Polícia Científica.
Nos últimos dois meses, a serra do Montejunto foi devastada por vários incêndios, um deles ocorrido no dia 3, na localidade de Póvoa, na freguesia de Cadaval e Pero Moniz, e que chegou a mobilizar 146 operacionais, 44 veículos e seis meios aéreos. A 12 de Julho, um outro fogo deflagrou na Espinheira, também no concelho do Cadaval, e só foi dominado ao fim de nove horas de combate, tendo envolvido mais de meio milhar de bombeiros, centena e meia de veículos e 13 meios aéreos. Nos dois incêndios, arderam cerca de 402 hectares, disse na altura o comandante sub-regional do Oeste, Carlos Silva, à agência Lusa.