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Organizações de Produtores Florestais defendem que o associativismo é vital para o desenvolvimento integrado do Oeste

Floresta II 1

As Organizações de Produtores Florestais do Oeste (OPF), que cumprem 20 anos de serviço associativo, defendem que “a sociedade deve reconhecê-lo através da tutela em acordos de cooperação público-privados genuínos, dotados de ferramentas jurídico-legais expeditas e de financiamentos adequados”. Reunidos por ocasião da realização da Feira de São Pedro, em Torres Vedras, os representantes das OPF reuniram-se com parceiros da fileira e entidades oficiais para afirmar a importância da sua actividade.

Em comunicado enviado ao ALVORADA, as OPF da nossa região consideram que “é fundamental remunerar os serviços de ecossistema pela sociedade para ajudar a equilibrar a conta de cultura da gestão da floresta, integrando as organizações de produtores florestais e a certificação da gestão florestal”.

A APASfloresta (Cadaval), a APFCAN (Nazaré e Alcobaça), a APFRA (Rio Maior) e a FLOREST (Torres Vedras) assinalaram a efeméride com os demais parceiros da fileira florestal e entidades oficiais, com uma participação colectiva na Feira de São Pedro, que decorreu na cidade torriense entre 29 de Junho e 9 de Julho, tendo contado para o efeito com o apoio da AFLOeste - Associação Interprofissional da Floresta do Oeste, da Câmara Municipal de Torres Vedras, da Promotorres e da Navigator Forest Portugal.

Na passada sexta-feira, mais de meia centena de agentes da fileira encontraram-se no Fórum ‘20 Anos a Valorizar o Oeste’, para debater o ‘Associativismo Florestal’ e as ‘Oportunidade para o Sector’ com parceiros da fileira florestal e representantes da tutela governamental. Na ocasião, a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, destacou a importância do mote desta efeméride: “por uma floresta responsável e activa! Por um mosaico sustentável e produtivo!”. Engenheira agrónoma de formação, defendeu o reconhecimento estratégico dos serviços dos ecossistemas, das fórmulas únicas sustentabilidade de cada território, e o papel estratégico das fileiras agroflorestais para a sociedade.

No primeiro painel recordou-se a génese e importância das OPF no garante da representação dos interesses dos proprietários e gestores florestais, desempenhando um vasto leque de tarefas de aconselhamento e apoio na gestão florestal - destacando-se o seu papel na constituição e gestão de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF). Discutiram-se estratégias técnico-políticas face às novas centralidades administrativas previstas e aos principais problemas por resolver do sector. “Perante o actual panorama agroflorestal, concluiu-se sobre a importância de tomadas de posição para comunicar junto do grande público a importância da floresta na sua dimensão protectora/conservação, lazer/bem-estar e, sobretudo, produtiva”, sustenta o comunicado, adiantando que “esta última essencial para garantir uma presença humana, responsável e activa em sua defesa. De outra forma, os territórios esvaziam-se de quem deles (sobre)vive e por eles zela”.

No segundo painel discutiu-se a transposição dos desafios das fileiras florestais na valorização das comunidades do Oeste e a importância da certificação no compromisso com as boas práticas florestais. “O sector aguarda por um Estado Parceiro que valorize as organizações de produtores florestais e apoie a sua actividade nevrálgica de extensão rural, até para cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”, sublinha o documento. Por fim, apresentaram-se as últimas soluções tecnológicas e dinâmicas humanas implementadas para divulgar o conhecimento acumulado em prol da valorização da floresta portuguesa.

Nas conclusões, Miguel Guisado, presidente da direcção da AFLOeste, evidenciou “esta oportunidade privilegiada para reconhecer as sinergias despoletadas neste par de décadas de serviço das Organizações de Produtores Florestais e parceiros em prol dos proprietários florestais da região”. A AFLOeste - Associação Interprofissional da Floresta do Oeste é uma associação de Organizações de Produtores Florestais e Câmaras Municipais, constituída em 2010 para implementar o SGFRO - Sistema de Gestão Florestal da Região Oeste. A certificação florestal regional é PEFC e visa congregar os interesses da fileira florestal promovendo a gestão florestal activa e sustentável, o melhor conhecimento e transparência dos mercados, acções de informação e de formação profissional, a promoção dos produtos e serviços florestais e, ainda, a melhoria dos níveis de controlo de qualidade. Em Maio de 2015 foi conferido à associação o certificado Nº KIWA SATIVA- 2014/GFS005, que detém hoje mais de 3.300 mil hectares de área florestal certificada, pertencentes a mais de 350 aderentes.

São associadas da AFLOeste a APAS Floresta - Associação de Produtores Florestais, APFCAN - Associação de Produtores Florestais dos Concelhos de Alcobaça e Nazaré, APFRA - Associação Florestal da Estremadura e Ribatejo, FLOREST - Associação dos Produtores Agrícolas e Florestais da Estremadura, Município de Torres Vedras e Município de Sobral de Monte Agraço. Já quanto aos parceiros ‘20 Anos de Associativismo Florestal do Oeste’, são os seguintes: AGIF - Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais; I. P.; Biond - Forest Fibers from Portugal; CAP - Confederação dos Agricultores de Portugal; ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P.; PEFC Portugal, Promotorres E.M.; RAIZ - Instituto de Investigação da Floresta e do Papel; Navigator Forest Portugal; e UNAC - União da Floresta Mediterrânica.

Texto: ALVORADA com comunicado da OPF
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)