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Câmara das Caldas diz não haver condições para o Governo decidir localização de hospital até final do mês

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A Câmara Municipal das Caldas da Rainha entende não haver condições para decidir a localização do novo hospital do Oeste até ao final do mês, considerando que a decisão tem de ser bem sustentada em estudos técnicos.

Se realmente a decisão tiver que ser tomada até ao final do mês, penso que não estão garantidas as condições para que isso seja feito e seria muito, muito grave”, afirmou o presidente do executivo camarário Vítor Marques, reagindo à entrega esta tarde de uma petição com cerca de 27 mil assinaturas a pedir que a localização do futuro hospital do Oeste seja decidida pelo Ministério da Saúde até ao final deste mês, tal como tinha sido prometido pelo ministro Manuel Pizarro.

Esta petição, que tem como primeiro subscritor o antigo deputado, secretário de Estado da Administração Local e presidente da Câmara e da Assembleia Municipal de Torres Vedras, o socialista José Augusto Carvalho, alerta para "a extrema necessidade e urgência na construção e entrada em funcionamento do novo hospital do Oeste", cuja localização está a ser estudada por um grupo de trabalho criado pelo Governo, presidido pela antiga ministra da Saúde, a lourinhanense Ana Jorge, com o objectivo de anunciar a escolha até ao fim deste mês. O trabalho deste grupo é sustentado nas conclusões de um estudo da Universidade Nova de Lisboa encomendado pela OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste e que aponta o Bombarral como a localização mais indicada dada a sua centralidade regional.

As Câmara das Caldas da Rainha e de Óbidos, que contestam as conclusões deste primeiro estudo, entregaram esta semana ao Ministério da Saúde um outro estudo, encomendado à empresa CEDRU, que considera “indispensável” que o Ministério da Coesão Territorial, o Ministério da Economia, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e a autoridade de Gestão do Programa Regional do Centro 2021-2027 “participem no processo de tomada de decisão". “O tempo da decisão é importante, mas ter uma boa decisão também é muito importante. E uma boa decisão tem que ser sustentada”, disse à Lusa o edil independente Vítor Marques, considerando que tal não acontecerá se a localização for escolhida com base “apenas no estudo da OesteCIM”.

Vítor Marques falava numa conferência de imprensa convocada para anunciar uma iniciativa de mobilização agendada para o dia 1 de Abril, visando “envolver os cidadãos do concelho”, bem como os de outros municípios, que “sentem esta causa como transversal e que também consideram que o hospital deve ser nas Caldas da Rainha”. Denominado ‘Vozes pelo Hospital’, o evento terá início às 16h00, com grupos a partir de vários pontos da cidade para rumar ao Largo do Hospital Termal, onde haverá ao longo da tarde uma vigília com intervenções políticas e do público. A Câmara Municipal das Caldas da Rainha promoverá ainda, na próxima semana, em data a anunciar, uma apresentação pública do parecer técnico enviado ao Ministério da Saúde e ao grupo de trabalho.

Em Fevereiro, as câmaras das Caldas da Rainha e de Óbidos, partidos e movimentos cívicos entregaram na Assembleia da República uma petição pedindo o alargamento dos critérios de decisão da localização do novo hospital do Oeste e defendendo a escolha numa área de confluência dos dois concelhos. No mesmo mês, as assembleias municipais da maioria dos municípios da região Oeste aprovaram moções a apoiar a localização para o novo hospital no Bombarral, definida no estudo encomendado da Universidade Nova de Lisboa.

A decisão final poderá ser conhecida no final de Março, mas o Ministério da Saúde admitiu que o prazo possa ser estendido, no máximo por um mês e caso se justifique, para analisar outros estudos que pudessem ser entregues.

O novo hospital deverá substituir as unidades públicas que integram o CHO - Centro Hospitalar do Oeste, que abrange os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, que presentemente tem uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

Texto: ALVORADA com agência Lusa