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Presidentes de câmara conhecem para a semana o estudo sobre a localização do futuro Hospital do Oeste

OesteCIM 2019

A localização do novo Hospital do Oeste definida pelo estudo encomendado pela OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste à NOVA Information Management School vai ser revelada na próxima semana durante um encontro com os 12 presidentes de câmara, que estava inicialmente agendado para esta tarde nas Caldas da Rainha, na sede da instituição supramunicipal. O adiamento da reunião de hoje deveu-se ao facto de alguns dos participantes estarem com Covid-19 segundo apurou o ALVORADA junto de fonte oficial.

Tal como revelámos na semana passada, a decisão foi tomada durante a reunião ordinária do Conselho Intermunicipal da OesteCIM e a apresentação do ‘Estudo sobre o Futuro da Política Pública da Saúde do Oeste’ vai contar com a presença de representantes da universidade lisboeta responsáveis pela realização do trabalho. Os autarcas terão finalmente acesso, em primeira mão, ao relatório deste trabalho técnico. Não está prevista que seja tomada uma posição final sobre a localização do novo hospital na sessão de hoje.

Trata-se da decisão mais difícil dos últimos anos que os autarcas oestinos terão que decidir: onde ficará o novo Hospital do Oeste. É uma questão que, já por diversas vezes - e agora também - tem suscitado divisões entre os autarcas das diversas câmaras municipais. O presidente do Conselho Intermunicipal, Pedro Folgado, reconhece que se trata de um tema fracturante. Falando ao ALVORADA em Bruxelas, à margem de uma visita às instituições comunitárias organizada pelo Europe Direct Oeste, Lezíria e Médio Tejo que foi realizada na semana passada, o autarca alenquerense está decidido em concluir este dossiê. “Dentro do estudo está a localização e esta questão não é pacífica e não é consensual”, admitindo que “não temos que concordar em tudo” e “o que concordámos foi concordando discordar, o que já não é mau!”, frisou.

Pedro Folgado não tem dúvidas de que esta fase do processo vai causar “algum ruído” entre os 12 autarcas, mas que “vamos ter que aprender a viver com isso e penso que vamos [OesteCIM] conseguir sobreviver”. O edil alenquerense reconhece que está “um bocadinho cansado” de ouvir o Governo a dizer que os autarcas não se entendem quanto à localização da futura unidade hospitalar. E que, enquanto a decisão não for tomada, “não há dinheiro”. “E eu estou farto de dizer que é ao contrário: ponham lá o dinheiro que nós nos entendemos!”, mas, para que não haja esta retórica, vai finalmente ser decidida e entregue a proposta de localização deste equipamento público ao Governo. “A partir daí irei pressionar sempre para que coloquem lá o dinheiro”, compromete-se Pedro Folgado. Todavia, face à inexistência desse apoio, quer no PRR - Plano de Recuperação e Resiliência, quer no PT 2030 ou no Orçamento de Estado, o autarca socialista vai exigir ao executivo liderado por António Costa os 300 milhões de euros que, à partida, é a estimativa para esta obra. “Ainda bem que vim a Bruxelas porque percebi que vai poder haver um ajuste no PRR e o projecto do Hospital do Oeste pode voltar a estar em cima da mesa e isso pode fazer a diferença”, concluiu aos jornalistas.

Recorde-se que a OesteCIM decidiu lançar o concurso público para a realização deste estudo, um ano depois da assinatura de um protocolo para a constituição de um grupo de trabalho para criar o novo Hospital do Oeste, numa cerimónia presidida pelo então secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos. O acordo envolveu a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, OesteCIM e o CHO - Centro Hospitalar do Oeste, que recolheu a informação para entregar aos consultores para elaborar o estudo final.

O Bombarral, devido à sua centralidade na região, tem vindo a posicionar-se para ser a opção final para receber a futura obra pública. O novo PDM - Plano Director Municipal prevê a possibilidade construção do hospital, na zona do Falcão, com uma área de cerca de 40 hectares junto ao Estádio Municipal e muito próxima do acesso à A8. Mas há opiniões diversas, sobretudo das Caldas da Rainha, que não quer abdicar da manutenção do hospital público na sua cidade.

Texto rectificado às 16h20 devido ao adiamento da reunião para a semana.

Texto e fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA