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Hospitais do Oeste sem classificação de ‘Excelência Clínica’ para a ERS na maioria das áreas avaliadas

hospitalcaldasrainha

Dos três hospitais que compõem o CHO - Centro Hospitalar do Oeste, apenas a área de ginecologia - entre 16 avaliadas - do Hospital das Caldas da Rainha obteve a estrela de ‘Excelência Clínica’ para a Entidade Reguladora da Saúde (ERS). Já o Hospital de Torres Vedras obteve apenas a estrela respeitante à ‘Satisfação do Utente’. Segundo os dados revelados esta segunda-feira por esta entidade pública independente que tem por missão a regulação da actividade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), estão abrangidos actualmente 158 estabelecimentos de saúde, mas apenas 122 obtiveram classificação na dimensão Excelência Clínica em todo o país. Destes, 96 (79%) conseguiram a atribuição da estrela correspondente ao primeiro nível de classificação. Ou seja, apenas quatro em cada cinco hospitais conseguiram a classificação de Excelência Clínica, cumprindo.

Os três hospitais oestinos (Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras) estão assim longe de cumprir todos os critérios para a prestação de cuidados de saúde de qualidade aos utentes. Nesta avaliação não conseguiram destacar-se nas cinco áreas de avaliação da ERS: excelência clínica, segurança do doente, instalação e conforto, focalização no utente e satisfação do utente. A única excepção é a área de ginecologia do Hospital das Caldas da Rainha que foi considerada excelente mas é apenas uma das 16 que entram nesta avaliação sectorial, e, ainda, a satisfação do utente no Hospital de Torres Vedras. A ‘Excelência Clínica’ acabou por não ser avaliada pela ERS nas unidades hospitalares de Torres Vedras e de Peniche por falta de dados.

Os dados indicam ainda que, relativamente ao anterior ciclo de avaliação, divulgado em Outubro de 2018, foram menos os hospitais que cumpriram todos os critérios, mas o relatório refere que tal diferença se deve ao facto de ter aumentado o número de prestadores que não enviaram informação necessária por causa da transição do sistema de codificação.

Na dimensão Excelência Clínica a avaliação reporta-se à informação sobre episódios de internamento com alta compreendida entre 1 de Janeiro de 2017 e 31 de Dezembro de 2017, reflectindo dessa forma o desempenho anual dos prestadores de cuidados envolvidos. Vinte e cinco hospitais não obtiveram ‘estrela’ por não terem fornecido os elementos necessários para a avaliação e em uma unidade não foi possível aferir o cumprimento com os parâmetros de qualidade exigidos.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) divulga os resultados da primeira avaliação de 2019 do módulo SINAS@Hospitais do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), um sistema cuja participação dos prestadores de cuidados de saúde é voluntária. A avaliação e a classificação ecfetuadas processam-se em dois níveis. No primeiro, confirma-se o cumprimento dos critérios considerados essenciais para a prestação de cuidados de saúde com qualidade. A validação desse cumprimento permite ao prestador o acesso ao segundo nível de avaliação, no qual se processa a classificação em ‘rating’, para cada uma das áreas em avaliação, num de três níveis de qualidade (III, II ou I), conforme os prestadores estejam posicionados no nível de qualidade superior, no nível de qualidade intermédio ou no nível de qualidade de base.

Realça-se que a metodologia utilizada pelo SINAS é diferente de um ‘ranking’, onde os prestadores surgiriam listados por ordem decrescente de desempenho, não sendo adequadas qualificações do tipo ‘melhor hospita’” atribuídas individualmente aos prestadores. “Acresce que as classificações traduzem o desempenho apenas nas áreas concretamente avaliadas em cada prestador, não se podendo fazer extrapolações sobre o desempenho do hospital como um todo. Assim, a interpretação dos resultados publicados pelo SINAS deve atender à natureza da metodologia de avaliação adoptada”, destaca a ERS.

A avaliação da dimensão de Excelência Clínica incidiu sobre episódios de internamento com alta entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2017, reflectindo o desempenho anual dos prestadores em procedimentos e/ou diagnósticos nas áreas de Angiologia e Cirurgia Vascular, Cardiologia, Cirurgia de Ambulatório, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia Geral, Cuidados Intensivos, Cuidados Transversais, Ginecologia, Neurologia, Obstetrícia, Ortopedia e Pediatria. Relativamente às restantes dimensões (Segurança do Doente - Procedimentos de Segurança, Adequação e Conforto das Instalações, Focalização no Utente e Satisfação do Utente), a informação foi recolhida e remetida à ERS pelos prestadores participantes, através de ‘check lists’, entre Agosto e Dezembro de 2018. “Com o intuito de motivar a melhoria contínua, a ERS valida a informação submetida pelos prestadores através de um programa anual de auditorias aleatórias. No ano de 2018 foram realizadas 64 destas acções”, esclarece a instituição pública.

Texto. ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Sofia de Medeiros/ALVORADA (arquivo)