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Programa 'Saber Fazer' destaca cerâmica, cutelaria e bordados das Caldas da Rainha

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A exposição 'Produção artesanal portuguesa' vai estar patente ao público pela primeira vez em Portugal nas Caldas da Rainha, no âmbito de uma iniciativa do programa 'Saber Fazer'.

A primeira itinerância da exposição que representou Portugal na 4ª edição da Bienal luxemburguesa de artes e ofícios De Mains De Maîtres Luxembourg 2023 integra-se no programa 'Saber Fazer Nacional' que irá decorrer nas Caldas da Rainha entre os dias 21 de Março e 6 de Maio, divulgou a Direcção-Geral das Artes (DGArtes).

Denominada 'Produção artesanal portuguesa: a actualidade do saber-fazer ancestral', a mostra será inaugurada no sábado, no Espaço Concas, no Centro de Artes das Caldas da Rainha, e “contará já com peças produzidas localmente e que integrarão depois a mostra, que irá ser exposta noutros concelhos do país”, disse à agência Lusa o director do espaço, José Antunes.

Além da exposição, o programa 'Saber Fazer' vai incidir em Laboratórios de Intervenção Territorial (LIT) que, no caso das Caldas da Rainha, abordarão as três grandes áreas de produção artesanal que marcam a região: o bordado das Caldas da Rainha (ou Bordado Rainha D. Leonor), a cerâmica e a cutelaria artesanal.

A programação integra a segunda edição do evento 'Domar o fogo', que no sábado e domingo junta a cerâmica, a cutelaria e a gastronomia num conjunto de actividades.

Na área da cutelaria, o cuteleiro Paulo Tuna e o escultor e fundidor Renato Franco levarão o público numa viagem à origem dos processos ancestrais da fundição do aço que serve de base para a criação da lâmina.

Na cerâmica, o oleiro Miguel Neto mostrará os processos ancestrais de cozedura de cerâmica artesanal e na gastronomia o destaque será para pratos tradicionais cozinhados no fogo.

Ao longo do evento serão ainda desenvolvidas oficinas de experimentação para alunos de ensino secundário e superior, bem como para profissionais ou público interessado em participar em ‘masterclasses’ de cerâmica, iniciação ao bordado das Caldas ou à actividade de tinturaria, entre outras.

A programação divulgada pela DGArtes passa ainda por conversas em torno dos três sectores do artesanato, visitas guiadas a uma oficina de cutelaria artesanal e a apresentação de dois livros: 'Saber Fazer Portugal' e 'Bordado, Cerâmica e Cutelaria: diálogos nas Caldas da Rainha'.

Em comunicado, a DGArtes refere que programa 'Saber Fazer' “promove um diálogo entre diferentes interlocutores de diversas áreas, tendo como preocupação dar voz aos profissionais que se encontram no centro do conhecimento técnico, produção, distribuição e comercialização dos produtos que desenvolvem nas actividades em destaque”.

De acordo com a DGArtes, “as artes e ofícios enfrentam os mesmos desafios que a indústria de massa e o consumidor comum - a digitalização, a inteligência artificial, a crise climática e a economia global” .

Porém, “a produção artesanal tradicional tem a vantagem de oferecer respostas mais sábias e válidas aos problemas mais urgentes, graças à sua relação equilibrada com o meio ambiente, à escala humana da sua produção e ao respeito pela cultura”.

Isso mesmo se pretende demonstrar que o programa 'Saber Fazer' e a exposição 'Produção artesanal portuguesa: a actualidade do saber-fazer ancestral' que, depois das Caldas da Rainha, percorrerão outros municípios do país.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: DGArtes