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Homem acusado pelo Ministério Público por crimes de fogo posto na Serra de Montejunto

incendio no montejunto 12072023

O Ministério Público (MP) acusou um homem por 14 crimes de incêndio ocorridos no Verão, a maioria dos quais na Serra do Montejunto, no concelho do Cadaval, segundo a acusação a que a agência Lusa teve hoje acesso. O homem, de 31 anos, utilizou artefactos preparados para retardarem a ignição, descreve a acusação do MP “o arguido planeou tal forma a ignição do fogo”, que sabia que “já não se encontraria no local” quando o incêndio deflagrasse, refere o MP. O trabalhador da construção civil ateava os fogos nas deslocações entre os locais de residência, no Cercal, e de trabalho, em Alguber, localidades situadas no mesmo concelho.

O arguido está acusado de 14 crimes de incêndio, por fogos postos nos dias 26 de Julho, em Outeiro da Cabeça (Torres Vedras), 27 e 28 de Julho, no Peral (Cadaval), 31 de Julho em Figueiroa e Alguber (Cadaval), 4 de Agosto em Alguber, 5 de Agosto num eucaliptal junto à Estrada Nacional 366, no Cadaval, 7 de Agosto em Casal Caniço e Cercal (Cadaval), 11 e 12 de Agosto na Sobrena (Cadaval) e 16 de Agosto em Alguber. “Os incêndios provocados pelo arguido colocaram em perigo mato, armazéns e habitações próximas, a si alheios, de valor não concretamente apurado, (…) os quais apenas não foram consumidos pelo fogo devido à rápida intervenção dos bombeiros e populares”, explica o MP. Os fogos de cuja autoria está acusado arderam uma área total de sete hectares, correspondentes em alguns casos a povoamento florestal.

O MP não provou a mesma autoria nos incêndios de 3 de Agosto, na Póvoa (Cadaval), com 146 operacionais, 44 veículos e seis meios aéreos, e a 12 de Julho na Espinheira, no mesmo concelho, o qual só foi dominado ao fim de nove horas de combate, tendo envolvido mais de meio milhar de bombeiros, centena e meia de veículos e 13 meios aéreos. Nos dois incêndios, arderam cerca de 402 hectares, disse na altura o comandante sub-regional do Oeste, Carlos Silva, à agência Lusa.

Segundo a acusação do Ministério Público, o homem está ainda acusado de 11 crimes de condução sem habilitação legal. O arguido, sem antecedentes criminais, veio a ser detido pela Polícia Judiciária a 16 de Agosto, quando circulava no seu veículo, no interior do qual foram encontrados materiais usados na construção dos artefactos.

O homem encontra-se em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Lisboa a aguardar julgamento. Na altura da detenção, o director da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo da PJ, João Oliveira, explicou que o suspeito estava a ser “investigado há vários meses” e que foi detido em flagrante delito. Segundo a mesma fonte, o arguido “agia sem quaisquer interesses económicos e apenas por “motivos de natureza fútil”, que apelidou de “mitomania”.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)