Celebração de Natal no Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã
- Igreja
- 21/12/2018 11:38
No Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã, pelas 10h30 desta quinta-feira, o Pe. Ricardo Franco, pároco da Lourinhã, presidiu à celebração eucarística em que utentes e pessoal do Lar e do Centro de Dia foram convidados a viver e celebrar o espírito de Natal, mesmo que com alguns dias de antecedência por relação à data.
O canto litúrgico, bem como o serviço de leitores e de salmista, ficaram a cargo de um grupo de paroquianos que assumem estas mesmas tarefas nas missas da paróquia. Foi um momento intenso de partilha da Palavra e do Sacramento. O presidente da assembleia realçou a importância de acolher Jesus, feito Palavra e Pão, para a vivência da verdadeira alegria.
Mas como falar de alegria a pessoas cujo dia a dia é suportar sofrimento, doença, isolamento, solidão, esquecimento e aproximação do fim? O presidente da celebração, sem meias palavras, deixava a todos este desafio sem dúvida forte, mas ao mesmo tempo cheio de confiança na capacidade de cada um dos presentes animados por ação de uma força do Alto que a todos ultrapassa e a todos faz ultrapassar os próprios limites:
“A palavra de hoje põe-nos a olhar para aquela que foi verdadeiramente feliz. E, desde que ela aceitou o primeiro anúncio, a sua vida foi muito complicada, até teve de ver o seu filho amado ser pregado numa cruz... Chamamos Nossa Senhora de Virgem porque ela sempre quis a vontade de Deus, em todos os momentos, mesmo quando essa vontade parecia impossível. Isto mesmo se manifesta na frase de Maria por altura da anunciação: ‘Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim a Sua vontade’. Esta é a mesma atitude que Jesus nos ensina na oração do Pai-nosso: ‘Seja feita a tua vontade’. A verdadeira alegria, a salvação é a vontade de Deus. Nunca ninguém se salvou pela sua vontade, nem a si nem a ninguém. Que possamos dizer hoje como Nossa Senhora: Senhor eu não quero fazer a minha vontade, eu quero que seja feita a Tua vontade, sabendo que aquilo que Deus quer para nós é o melhor que nos pode acontecer.”
Afinal, como é possível manter o foco no essencial, no meio de toda pressão e das imensas e sempre imprevistas situações a que os responsáveis pelo dia a dia de uma casa como esta têm de responder a cada momento?
Ana Dias, a directora técnica da instituição, com a mesma naturalidade com que respira, afirma: “Não podemos nunca esquecer que a maioria deles é católica e que, como tal, tem necessidade destes momentos mas também das celebrações da palavra e distribuição da comunhão que acontecem todas as sextas feiras. Nas ocasiões mais marcantes da vida cristã, em especial no Natal e na Páscoa, então existem estas celebrações mais solenes.” Por estas bandas, pelo que se percebe, estas manifestações não são um apêndice na vida dos utentes. Segundo a técnica: “É absolutamente essencial dar resposta a esta dimensão da vida das pessoas. São eles próprios que sentem a necessidade de alimento espiritual e que encontram por si mesmos algumas formas próprias de responder a essa necessidade. Logo de manhã, todos os dias, vem cá algum familiar sintonizar a televisão na transmissão do terço e todos rezam em conjunto. Por isso, estes momentos celebrativos mais solenes têm integração com o resto, com o dia a dia deles e da instituição.” Integração prontamente confirmada pela encarregada geral Ana Paula que realça a importância dos mesmos para o bem estar geral dos utentes e da instituição.
Marcaram presença na celebração o provedor e outros membros da Mesa Administrativa que, com a sua interação com o pessoal e utentes, realçaram a importância que atribuem também a estes momentos.
Texto e fotografia: Jorge Reis