Pesquisa   Facebook Jornal Alvorada

Assinatura Digital

COVID-19: Grupo Rodoviária do Tejo avança para ‘lay-off’ por perdas de receitas

Rodoviaria do Oeste 1

O Grupo Rodoviária do Tejo vai avançar, esta terça-feira, para o ‘lay-off’ dos 750 trabalhadores das três empresas: Rodoviária do Tejo (com actuação na região de Santarém e Torres Novas), Rodoviária do Lis (com actuação na região de Leiria) e Rodoviária do Oeste (com actuação na região Oeste e sede em Caldas da Rainha). Em comunicado enviado ao ALVORADA, o conselho de administração do grupo informa assegurará a manutenção mínima de pessoal ao serviço, “considerados apenas os meios humanos necessários à manutenção dos serviços mínimos de mobilidade”.

Esta decisão foi tomada após “a redução de actividade e de receita das empresas e a total ausência de mecanismos que assegurem a sustentabilidade das empresas de transporte público de passageiros”, destaca o grupo empresarial. “Manteremos os serviços mínimos de mobilidade, assegurados pelo número necessário de funcionários por região, garantindo a manutenção de equipas para minimizar os impactos que poderão surgir desta situação”, sublinha o grupo.

As restrições de mobilidade decretadas e aplicadas ao sector, decorrente da pandemia da Covid-19 e do Estado de Emergência decretado pelo Governo, resultaram numa quebra da actividade geral do Grupo Rodoviária do Tejo que ascende aos 90%, com uma quebra total nos serviços de turismo ocasional e uma quebra nos serviços regulares (serviços urbanos, interurbanos e Expressos) também de 90%. Com uma frota de 580 viaturas, a média mensal de quilómetros percorridos ascendia a cerca de 2,5 milhões, repartidos pela exploração do transporte rodoviário de passageiros, serviço público de transporte e transporte em regime de alugueres. “Devido a esta quebra de actividade e consequentemente de receita, a empresa, para além de se preocupar com o acautelar da saúde dos seus trabalhadores, tem também a necessidade de assegurar medidas que visem garantir o pagamento dos respectivos salários e a manutenção dos postos de trabalho”, justifica o conselho de administração.

O Grupo Rodoviária do Tejo apela ao Governo e Municípios para a regularização de todas as dívidas para com a empresa, como forma de melhorar as condições de tesouraria e consequentemente garantir o pagamento dos salários dos funcionários. “Adicionalmente a esta situação, temos o grave risco de não cobrança por parte de todos os outros clientes ligados à actividade de turismo”, destaca o comunicado

Outro pedido do Grupo Rodoviária do Tejo que considera importante neste momento é que, à semelhança das medidas implementadas pela Área Metropolitana de Lisboa e pela Área Metropolitana do Porto, “sejam activados mecanismos de receita que permitam a todos os operadores a nível nacional, a garantia da receita recebida pela prestação de serviços de transporte público, tendo por base os valores do período homólogo do ano anterior actualizado pela TAT (Taxa de Actualização Tarifária)”.

A terceira medida defendida pelo grupo rodoviário prende-se com a necessidade de suspensão de todos os processos de contratualização em curso. “No momento em que vivemos hoje e com as medidas que as empresas na sua maioria estão a implementar, preparar e trabalhar respostas a processos de contratualização implicaria a formação de equipas multidisciplinares focalizadas neste âmbito, o que não é, de todo, compatível com as prioridades definidas”, justifica a Rodoviária do Tejo.

Face à decisão tomada, de colocar em ‘lay-off’, os funcionários, que vão para casa - mantendo o vínculo laboral - mas ficam com a perda de um terço do vencimento, o conselho de administração do Grupo Rodoviária do Tejo afirma que “estando cientes de que a solução apresentada não é a mais favorável à manutenção e recuperação da economia do país, reforçamos que temos desenvolvido contactos activos com as autoridades de transporte, no sentido de encontrarmos medidas alternativas à situação de ‘lay-off’, medidas que acreditamos que ainda venham a surgir e que nos possibilitem um olhar diferente e mais positivo para o futuro”.

Texto: ALVORADA
Fotografia: Direitos Reservados