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Troféu Joaquim Agostinho: todos os ciclistas portugueses inscritos têm passaporte biológico e é inédito em todo o mundo

Grande Premio Joaquim Agostinho camisolas

Todos os corredores que compõem o pelotão das nove equipas profissionais portuguesas que participam na próxima edição do Grande Prémio Internacional de Ciclismo de Torres Vedras - Troféu Joaquim Agostinho estão todos sujeitos a um passaporte biológico. O anúncio foi feito por José Soares, da direcção da Federação Portuguesa de Ciclismo, durante a apresentação da prova que vai para a estrada de 13 a 16 deste mês. “Atendendo ao nível das nossas equipas, que integram a terceira divisão do ciclismo mundial, é algo de inédito porque não existe em mais nenhum país do mundo esta situação”, destacou o responsável federativo. O passaporte biológico consiste numa estratégia inovadora no âmbito da luta contra a dopagem no desporto, que visa dissuadir os praticantes desportivos da utilização de substâncias e métodos dopantes.

A solução encontrada é possível graças ao protocolo assinado no início do ano entre a FPC e a ADOP - Autoridade Antidopagem de Portugal, num trabalho que pretende lutar contra o doping na modalidade e que tem provocado muitos danos nos últimos anos. “Não são fáceis os tempos por que passa o ciclismo em Portugal, concretamente o ciclismo profissional. Os grandes desafios exigem grandes respostas e é isso que, do lado da Federação Portuguesa de Ciclismo, estamos a procurar fazer”, explicou José Soares.

À data de hoje, todos os ciclistas portadores de passaporte biológico têm sido rastreados pela ADOP e, ao cabo de um semestre, foram feitas cerca de 250 controlos fora de competição a estes corredores. “Para além disso, aprovámos também um regulamento médico que sujeita todos os corredores a um controlo médico muitíssimo apertado, em conjugação com uma comissão médica que foi criada com os médicos de todas as equipas”, anunciou ainda o responsável da FPC. José Soares destacou ainda o facto de que “todo este esforço foi feito com o apoio financeiro do Estado, com o sacrifício da própria Federação que tem meios limitados, mas que percebe que salvar o ciclismo profissional é salvar o ciclismo geral e foi feito também com o apoio das equipas e dos corredores”. O dirigente federativo está esperançoso que, com estas medidas, o futuro da modalidade esteja assegurado em Portugal. “Todo este esforço está a ser feito com as equipas e não contra as equipas, está a ser feito com os corredores e não contra os corredores”, destacou, acrescentando que desta fora está a ser salvaguardada a “integridade desportiva” da modalidade e é “um sinal de esperança para o futuro, num esforço de credibilidade de que nós precisamos”. Esse facto foi destacado naquela que é a prova que está há mais anos consecutivos no calendário internacional, que nem no ano da pandemia parou, como destacou o dirigente da FPC.

O Troféu Joaquim Agostinho arranca dia 13, quinta-feira, com o já habitual prólogo do Turcifal, estando a partida do primeiro ciclista agendada para as 17h00. A corrida percorre, ao longo de quatro dias, o território Oeste, com partidas e chegadas localizadas em Sobral de Monte Agraço, Foz do Arelho, Serra d’El Rei e no mítico circuito de Torres Vedras, que tem lugar dia 15, sábado, a partir das 14h35. A consagração do vencedor é no alto da Serra do Montejunto, após uma etapa com partida da Lourinhã, que regressa assim ao mapa do Troféu Joaquim Agostinho.

A 46.ª edição do Grande Prémio Internacional de Torres Vedras conta com um total de 494,2km, 2 prémios de montanha de 1.ª categoria, 1 prémio de montanha de 2.ª categoria; 7 prémios de montanha de 3.ª categoria, 13 metas volantes e 3 pontos quentes.

ETAPAS

Dia 13 - Prólogo | Turcifal - Turcifal, 8kms| partida 1.º corredor 17h00;

Dia 14 - 1.ª etapa| 12h00 Sobral Monte Agraço/15h45 Foz do Arelho, 156,7kms;

Dia 15 - 2.ª etapa |12h15 Serra d’El Rei/15h45 Torres Vedras, 143,7km (1.ª passagem meta às 14h35, circuito 4 voltas);

Dia 16 - 3.ª etapa | 11h15 Lourinhã/15h40 Alto de Montejunto, 185,8kms.

Equipas nacionais: ABTF Betão/Feirense; AP Hotels & Resorts Tavira/SC Farense; Aviludo/Louletano/Loulé Concelho; Credibom/ LA Aluminios/ Marcos Car; Efapel Cycling; Glassdrive/Q8/Anicolor; Kelly/Simoldes/Udo; Rádio Popular/Paredes-Boavista; Tavfer/Ovos matinados/Mortágua; Fonte Nova Felgueiras; Óbidos/Cycling Team; Portos Windmob.

Equipas internacionais: Bai/Sicasal/Petro de Luanda (Angola); Burgos BH (Espanha); Caja Rural/Seguros (Espanha); Electro Hiper Europa (Espanha); Equipo Kern Pharma (Espanha); X/Speed Unit (Canadá).

Texto: ALVORADA
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA