Gastão Elias volta a vencer e chega aos quartos-de-final do Indoor Oeiras Open II
- Desporto
- 10/01/2024 19:38
João Sousa e Gastão Elias voltaram a ser felizes na nave de campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor e apuraram-se para os quartos de final de singulares do Indoor Oeiras Open II, o segundo torneio ATP Challenger consecutivo organizado pela Federação Portuguesa de Ténis no início de 2024. Nos pares, Gonçalo Falcão entrou à última hora e aproveitou a oportunidade.
Cerca de 24 horas após levar ao limite o braço de ferro com Samuel Vincent Ruggeri, só decidido no tie-break do terceiro set, João Sousa (no 244.º de um ranking em que já figurou no top 30) elevou muito o nível e despachou outro italiano, Lorenzo Giustino (288.º e ex-127.º), ao vencer por 6-3 e 6-1. A vitória categórica desta quarta-feira foi assinada 1h07, menos de metade do tempo de que precisou (2h41) para superar o primeiro desafio da semana. Para isso muito contribuiu o serviço (apontou oito ases, não enfrentou qualquer ponto de break e só cedeu 13 pontos nessa pancada), mas também a emblemática direita com que colocou Giustino constantemente na defensiva. “Foi uma exibição muito boa e estou obviamente muito contente pela vitória, mas ainda mais porque o dia de ontem foi muito difícil e exigente para mim, não só a nível físico como mental. Ter regressado já bastante mais recuperado e a dar a réplica que dei era importante e por isso foi um dia muito bom”, disse João Sousa em conferência de imprensa.
Igualmente satisfeito com a exibição no capítulo do serviço, o pupilo de Frederico Marques reconheceu que o adversário "baixou um bocadinho os braços quando fiz o break no segundo set e eu soube gerir bem essa vantagem que criei”. Novamente apurado para uns quartos de final, o tenista natural de Guimarães tentará fazer o que não conseguiu há uma semana. E para isso precisará de vingar a derrota sofrida em Outubro, em condições semelhantes a estas, para o norte-americano Martin Damm (255.º), canhoto norte-americano de 2,03 metros que apontou 23 ases a caminho da vitória por 6-2, 3-6 e 7-5 sobre o britânico Paul Jubb (648.º), uma das vítimas do vimaranense na primeira semana do ano.
Numa inversão dos papéis da véspera, bem mais difícil foi a tarefa do tenista lourinhanense Gastão Elias. Finalista do Indoor Oeiras Open I no domingo, o jogador da Lourinhã regressou à competição na terça-feira com uma vitória segura, mas esta quarta-feira teve de aplicar-se para colocar um travão no norte-americano Ethan Quinn, de 19 anos e campeão universitário dos EUA na última temporada. 3-6, 7-5 e 6-4 foram os parciais do segundo triunfo da semana, sexto do ano, para o qual admitiu "dificuldades em encontrar soluções para o estilo de jogo" do adversário - o típico norte-americano com um bom serviço, muito perigoso à rede e sempre à procura de trocas de bolas curtas.
O tenista lourinhanense não conseguiu solucionar o serviço de Quinn durante a partida inaugural, mas nas seguintes dificultou-lhe a tarefa e até esteve em condições de conseguir números mais folgados. Só que tanto no segundo set (liderou por 5-2) como no terceiro (5-3) deixou escapar vantagens preciosas que o obrigaram a esforços extra, contando com a ajuda do adversário - cometeu três erros quando teve a possibilidade de igualar o parcial decisivo - para resolver o embate.
"Foi um jogo complicado contra um jogador um bocadinho aleatório no que diz respeito à tática", explicou em conferência de imprensa. "Sabia que do fundo do campo, em pontos mais longos, seria mais difícil para ele, portanto ele optou por jogar de uma forma muito agressiva e não houve praticamente muitas trocas de bolas. Ele joga muito bem à rede, subiu muitas vezes e servia muito bem. Tudo isso fez com que fosse bastante difícil, mas fico feliz por ter conseguido fazer uns breaks em momentos importantes".
Nos quartos de final de quinta-feira, Gastão Elias terá pela frente Valentin Royer (258.º). O francês vingou a derrota das meias-finais da semana passada para Maks Kasnikowski (279.º) ao vencer por 6-3 e 6-2 e impediu uma reedição da final ganha pelo polaco, resultado que deixou o jogador da casa satisfeito: “estava à espera de saber o resultado desse jogo. Acho que fico um pouco feliz por ele não ter ganho. Não que não acredite na desforra, mas sabia que seria um encontro muito mais físico do que contra o francês. Pelo que tenho visto ele também tem muita potência nos golpes e joga de uma forma bem agressiva, muito diferente do polaco, e acredito que tenho uma ou outra arma para o contra-atacar e aguentar o mais possível, mas ainda tenho de falar com o Guilherme [Balboa, treinador] sobre esse jogo para aprender mais sobre o meu adversário”.
A fechar o dia, uma vitória portuguesa nos pares: Gonçalo Falcão entrou em cima da hora para o lugar dos amigos Gastão Elias e João Domingues e fez o que quatro compatriotas não conseguiram no decorrer da jornada ao vencer ao lado do brasileiro Fernando Romboli (102.º da variante, ex-88.º) por 7-5 e 6-4 sobre o norte-americano Alex Lawson e o espanhol Sergio Martos Gornes. Este foi o primeiro sucesso do português de 35 anos em torneios Challenger desde o Indoor Oeiras Open de 2023 e permitiu-lhe marcar encontro com Arjun Kadhe e Marcus Willis. O indiano e o britânico (vencedor do torneio da semana passada com o compatriota Jay Clarke) começaram o dia a superar tranquilamente Tiago Pereira e Francisco Rocha - parceiros pela terceira vez, mas primeira a este nível - em duas partidas, por 6-1 e 6-4.
Já ao final do dia, Jaime Faria e Henrique Rocha não andaram longe da única vitória 100% lusa no quadro, mas sofreram uma reviravolta perante os segundos cabeças de série, Roman Jebavy (República Checa) e Philipp Oswald (Áustria), consumada com os parciais de 4-6, 6-1 e 10-8.