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Incêndios: Governo pondera declarar situação de alerta devido ao quadro meteorológico “complexo"

governo de portugal

O Governo está a ponderar declarar situação de alerta devido ao elevado perigo de incêndios rurais nos próximos dias, em que se prevê um quadro meteorológico “complexo”, disse hoje a secretária de Estado da Protecção Civil. “Da avaliação que temos vindo a fazer com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), adivinham-se dias, a partir de amanhã [segunda-feira], com um cenário meteorológico também complexo”, afirmou Patrícia Gaspar, em conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), em Carnaxide, concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.

A secretária de Estado da Protecção Civil referiu que estão a ser feitas as últimas avaliações entre a ANEPC e o IPMA para que se tome uma decisão, “ainda durante o dia de hoje”, quanto à “possibilidade de emissão de uma declaração de situação de alerta em função da confirmação deste quadro meteorológico para os próximos dias”. A governante explicou que a declaração de situação de alerta “é um instrumento excepcional que deve ser usado, obviamente, sempre que adequado e sempre que a situação assim o determine”.

As previsões meteorológicas para os próximos dias apontam para “temperaturas acima da média para esta altura do ano, dias muito quentes”, bem como “níveis de humidade relativa durante o dia muito baixos, inferior a 10% em grande parte do território nacional”, e o vento deverá manter-se no quadrante leste, sendo difícil de gerir no que toca aos incêndios rurais, indicou a secretária de Estado da Protecção Civil. “A única região que, praticamente, sai imune deste quadro meteorológico é o Alto Minho, portanto vamos de facto enfrentar aqui dias difíceis”, declarou.

Após uma reunião na ANEPC para fazer um ponto de situação sobre os últimos dias e tentar perspectivar as próximas 48 horas, Patrícia Gaspar alertou que, com este quadro meteorológico, “todo o cuidado é pouco”, apelando a todos os cidadãos para que evitem acções de risco: “qualquer pequena ignição pode, efectivamente, dar origem a uma ocorrência de enormes proporções, portanto é isto que nós temos que evitar”. “Por mais pronto que o dispositivo esteja, por mais meios que o dispositivo tenha, nós sabemos que há sempre um limite para tudo e, portanto, a chave do sucesso, sobretudo nestes dias, está mesmo no respeitar aquelas que são as determinações que decorrem da lei: a não utilização do fogo junto aos espaços rurais, a não utilização de maquinaria, tudo aquilo que possa provocar, objectivamente, uma ignição tem que ser evitado a todo o custo”, referiu a governante. De acordo com o segundo comandante da ANEPC, Miguel Cruz, estão previstos “três, quatro dias de elevado perigo de incêndio” devido às condições meteorológicas.

Relativamente aos fogos activos pelas 19h30 de hoje, o responsável da ANEPC realçou o incêndio em Odemira, distrito de Beja, em que se verificou um bombeiro ferido ligeiro, e outros dois que tiveram início durante a tarde em Loures, distrito de Lisboa, que obrigou ao corte da autoestrada A8, e em Ourém, distrito de Santarém. Até às 19h30 de hoje, foram registadas “um total de 80 ocorrências, que empenharam, desde já, 1.742 operacionais”, ainda assim “um número inferior” ao verificado no sábado, apontou o segundo comandante da ANEPC, revelando ainda que predomina como região mais atingida a Área Metropolitano do Porto, com 15 ignições. O incêndio que deflagrou na sexta-feira à tarde, na localidade de Carrascal, freguesia de Sarzedas, em Castelo Branco, e que progrediu para o concelho vizinho de Proença-a-Nova, “está estabilizado, portanto dominado”, mas mantinha pelas 19h30 de hoje “um efectivo bastante significativo para as acções de rescaldo necessárias em função da dimensão do seu perímetro”.

No sábado, a ANEPC registou “um total de 89 incêndios rurais”, que envolveram 3.644 operacionais, 998 veículos e 107 missões aéreas.

Texto: ALVORADA com agência Lusa