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Quadro do século XVII de Josefa D'Óbidos comprado por instituição pública dos EUA

josefa d obidos 2015

Um quadro da pintora portuguesa do século XVII Josefa D'Óbidos, que se encontrava à venda na Feira de Arte e Antiguidades de Maastricht, nos Países Baixos, foi vendido a uma instituição pública dos Estados Unidos da América, foi hoje anunciado. A obra, intitulada ‘Menino Jesus Peregrino’, encontrava-se à venda por 600 mil euros no expositor do galerista luso-francês Philippe Mendes, que não revelou o valor final ou a instituição norte-americana que a adquiriu.

Nascida em Sevilha em 1630, pintora barroca viveu a maior parte da sua vida em Óbidos - onde veio a falecer em 1684 - e da vila oestina adoptou o nome para si.

Além desta pintura de Josefa D´Óbidos, que continua exposta no certame, também foi vendido, segundo o comunicado do galerista, um quadro de "elevado valor" dos séculos XVI/XVII, representando ‘S. Vicente’, do artista primitivo português Garcia Fernandes. Esta peça foi vendida a um colecionador privado alemão, especialista em pintura do sul da Europa, cujo nome também não foi revelado.

No expositor, a Galeria Philippe Mendes, com sede em Paris, encontra-se igualmente à venda o quadro de Columbano Bordalo Pinheiro ‘Na Floresta de Fontainebleau ‘(retrato de Artur Loureiro, 1882), no valor de 450 mil euros.

A Feira de Arte e Antiguidades de Maastricht, uma das maiores do mundo no sector, é organizada pela European Fine Art Foundation (TEFAF) desde 1988, e recebe anualmente cerca de 80 mil visitantes. Referência internacional no mercado de arte e antiguidades, o certame é visitado por curadores, directores e conservadores de museus, peritos de leiloeiras, antiquários e colecionadores de todo o mundo. Arte antiga, moderna e contemporânea, desde pintura, escultura, desenhos e iluminuras, fotografia, e ainda manuscritos, livros, joalharia e objetos de design de todo o mundo são anualmente apresentados na feira de arte e antiguidades de Maastricht.

Em 2018, a TEFAF concedeu 25.000 euros ao Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, para apoiar os trabalhos de restauro dos azulejos dos séculos XVII a XVIII da Capela das Albertas, iniciados nesse ano. A entidade - que realiza em Maastricht, há mais de 30 anos, a Feira de Arte e Antiguidades - criou um fundo, em 2012, para ajudar museus e instituições de todo o mundo a restaurar e conservar obras de arte das suas colecções.

O certame é reconhecido no meio por manter critérios muito rigorosos de seleção das peças, razão pela qual é visitada por colecionadores individuais ou entidade públicas e privadas, e representantes de museus de todo o mundo para adquirir obras para as suas coleções. Também publica anualmente um relatório sobre o mercado de arte, com números e análises de especialistas do sector.

De regresso após dois anos de interregno por causa da pandemia, a Feira de Arte e Antiguidades de Maastricht decorre até quinta-feira.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia de uma obra de Josefa D'Óbidos no Museu Nacional de Arte Antiga