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PCP denuncia falta de profissionais nos hospitais do Oeste e aumento dos tempos de espera

PCP

O PCP alertou para a falta de profissionais no CHO - Centro Hospitalar do Oeste e consequente aumento dos tempos de espera para consultas e cirurgias, pedindo explicações ao ministro da Saúde em requerimento entregue no parlamento.

Os problemas que se enfrentam no Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm como espelho a falta de acesso ao SNS por parte dos utentes, seja em matéria de atribuição de médico de família, seja em resposta nos serviços de urgência, seja no tempo de espera para consultas médicas de especialidade ou de cirurgias”, lê-se na pergunta entregue esta quinta-feira na Assembleia da República, a que a agência Lusa teve hoje acesso.

Tendo em conta a falta de profissionais de saúde, “verifica-se que em muitas situações os tempos máximos de resposta garantidos sejam largamente ultrapassados, quer no que respeita a consultas, quer no que respeita a cirurgias”, lê-se no mesmo requerimento, subscrito pelos deputados João Dias, Duarte Alves e Paula Santos.

Dando o exemplo do CHO, os deputados comunistas alertaram que, na unidade das Caldas da Rainha, as consultas de cirurgia geral têm lista de espera de 181 dias/500 utentes, dermato-venerologia 403 utentes/328 dias e de 81 utentes/224 dias para os que têm prioridade, em ortopedia 980 utentes/326 dias, em otorrinolaringologia 394 utentes/164 dias, em psiquiatria 201 utentes a aguardar prioridade e, entre os prioritários 190 utentes/160 dias. Já nas consultas da unidade de Torres Vedras, em cardiologia 237 utentes/166 dias, prazo que se encurta para 118 dias nos prioritários, em ginecologia 284 utentes/188 dias, em oftalmologia 393 utentes/152 dias, encurtados para 109 dias para prioritários, em ortopedia 1.555 utentes/296 dias e 17 utentes prioritários/104 dias e em pneumologia 696 utentes/200 dias. “Estes tempos de espera sucedem mesmo tendo em conta que, para o mesmo período, há um registo de 180.707 horas de trabalho suplementar”, salientam os deputados.

Nas perguntas dirigidas sobre o CHO ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, o PCP quis saber quantos lugares previstos no respectivo mapa de pessoal estão por preencher, que necessidades de reforço de recursos humanos estão identificadas e qual a previsão de resposta, que medidas vai tomar para contratar os profissionais de saúde em falta, que medidas vai adoptar para formar mais profissionais nas especialidades carenciadas e que especialidades deixaram de estar disponíveis nos últimos 10 anos. Os comunistas questionaram ainda sobre o número de profissionais e respectivo volume de horas de trabalho que foram ou estão a ser contratadas pelo CHO em regime de prestação de serviços.

Recorde-se que o CHO integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra. Estes municípios representam uma população de cerca de 293 mil pessoas.

Texto: ALVORADA com agência Lusa