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Sismo em Marrocos: Comitiva do Oeste da AGEO em Marraquexe está bem e em segurança

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Os representantes da AGEO - Associação Geoparque Oeste que se encontram em Marrocos a participar numa conferência internacional da UNESCO, onde ocorreu ontem à noite um sismo estão bem e em segurança. Entre a comitiva estão os lourinhanenses João Serra, vereador da Câmara Municipal e presidente da direcção da AGEO, e Miguel Reis Silva, coordenador-executivo da associação.

O sismo atingiu a magnitude 6,9 na escala de Richter com epicentro na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, onde está a decorrer a 10ª Conferência Internacional dos Geoparques da UNESCO e onde ontem foi aprovada, de forma preliminar pelo Conselho Executivo do Programa de Geoparques Mundiais da UNESCO, a candidatura do Geoparque Oeste.

O último balanço do terramoto subiu para 1.037 mortos e 1.204 feridos, dos quais 721 "em estado crítico", anunciou o Ministério do Interior marroquino. A província com mais vítimas registadas é Al-Haouz, a sul de Marraquexe e próxima do epicentro, com mais de metade dos mortos (542), segundo o balanço oficial, citado pela agência francesa AFP. Segue-se Taroudant (321 mortos), mais a sul, igualmente uma zona rural montanhosa no coração do Alto Atlas. As regiões de Chichaoua, Ouarzazate, Marraquexe, Azilal, Agadir, Casablanca e Al Youssufia também registaram vítimas mortais. "As operações de socorro prosseguem e estão a desenrolar-se em boas condições”, indicou o Ministério do Interior marroquino.

A comitiva oestina está bem apesar do enorme susto e dos momentos de aflitivos que viveu durante e após o sismo, tendo passado a noite nos espaços exteriores do hotel por uma questão de segurança, com o apoio e acompanhamento do ‘staff’ do hotel que, apesar de tudo, não teve danos de maior. “Sentimos dois abalos, no total de mais de um minuto”, relatou o vereador João Serra ao nosso jornal esta manhã a partir de Marraquexe. Segundo explicou Miguel Reis Silva ao ALVORADA, também desde a cidade marroquina, “a organização da conferência está a analisar com as autoridades locais a viabilidade da continuação do evento”. Para além dos autarcas dos seis concelhos que integram a candidatura - Lourinhã, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval, Peniche e Caldas da Rainha - estão também representados nesta comitiva os municípios de Alenquer e Óbidos, assim como um representante do Dino Parque Lourinhã.

Segundo um novo balanço divulgado pelo Ministério do Interior do Reino de Marrocos, a província com mais vítimas registadas é Al Haouz, a sul de Marraquexe e próxima do epicentro, com 394 mortos, segundo o balanço até às 10h00 locais (mesma hora em Lisboa), citado pela agência espanhola EFE. Segue-se Taroudant (271 mortos), Chichaoua (91), Ouarzazate (31), Marraquexe (13), Azilal (11), Agadir (5), Casablanca (3) e Al Youssufia (1).

O terramoto, que ocorreu a uma profundidade de 8 quilómetros, foi sentido em vários pontos de Portugal, nomeadamente na região Oeste, segundo o IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera. De acordo com o IPMA, o sismo, “até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III/IV (escala de Mercalli modificada) nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal)”. Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra (Coimbra), Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odivelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), refere o IPMA, que admitiu a possibilidade de emitir novos comunicados sobre o assunto.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), que regista a actividade sísmica em todo o mundo, o abalo ocorreu às 23h11 (mesma hora de Lisboa). O epicentro foi na localidade de Ighil, situada 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe. O terramoto ocorreu a uma profundidade de 8 quilómetros, de acordo com a mesma fonte. De acordo com relatos nas redes sociais, o sismo foi sentido em países como Espanha, Mali ou Argélia, para além de Portugal. Através das redes sociais estão a ser divulgados vídeos de edifícios desabados e danificados. Também há registos do momento do abalo. Segundo testemunhas citadas pela agência Efe, o tremor foi sentido em cidades do norte como Larache, a 550 quilómetros do epicentro, bem como em Casablanca e Rabat, a 300 e 370 quilómetros, respectivamente, onde os seus habitantes saíram às ruas para evitar uma segundo possível.

Governo português "solidário e disponível para apoiar"

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que “Portugal está solidário e disponível para apoiar Marrocos”. “O sismo da noite passada em Marrocos deixa-nos profundamente consternados e apresentamos as nossas condolências a sua majestade o rei, às famílias vitimadas e a todo o povo marroquino, nosso vizinho”, escreveu na rede social X (ex-Twitter).

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, recorreu à mesma rede social para lamentar a "terrível notícia" do terramoto em Marrocos, lamentando as "perdas humanas irreparáveis" e manifestando "toda a solidariedade" com o "país amigo e vizinho".

Também o Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, transmitiu hoje "sentidas condolências e solidariedade" ao rei de Marrocos pelo sismo. Segundo uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa enviou a Mohammed VI "uma mensagem de sentidas condolências e solidariedade pelas inúmeras mortes, feridos e desaparecidos como consequência do sismo que abalou Marrocos". O Presidente da República expressou ao chefe de Estado de Marrocos "a solidariedade do povo português num momento tão difícil para as populações das regiões mais afectadas por esta catástrofe natural".

Os portugueses que estão em Marrocos e que foram contactados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) “encontram-se bem”, segundo uma nota da própria diplomacia. “Todos os portugueses com quem, até ao momento, foi estabelecido contacto encontram-se bem, não tendo reportado problemas de saúde ou danos materiais substantivos”, assegura o ministério, em nota à comunicação social. Manifestando “total solidariedade para com as autoridades e população marroquinas”, a diplomacia portuguesa garante que está a acompanhar “em permanência” a situação, mantendo contacto “com os cidadãos portugueses no país, em particular na zona do epicentro sísmico”. O ministério está a recolher “toda a informação necessária, especialmente a respeitante aos cidadãos portugueses no território”, sublinhando, porém, que “as comunicações em território marroquino estão condicionadas”. 

Portugal disponível para mobilizar equipa de busca e salvamento

Portugal comunicou às autoridades de protecção civil de Marrocos “total disponibilidade” para mobilizar uma equipa de busca e salvamento, à semelhança do que fez aquando do sismo na Turquia, disse hoje o ministro da Administração Interna. “Já comunicámos às autoridades de protecção civil marroquinas, por intermédio da Embaixada de Portugal em Marrocos, a nossa total disponibilidade para mobilizar uma equipa de busca e salvamento, [...] equivalente àquela que mobilizámos para a Turquia, ou seja, com capacidades de busca e salvamento, com equipa médica, com binómio de cães, com equipas de identificação de cadáveres”, informou o ministro José Luís Carneiro.

Em declarações à agência Lusa, o ministro da Administração Interna adiantou que Marrocos ainda não pediu esse apoio, mas a disponibilidade de Portugal “é total”. Questionado sobre o impacto deste sismo em Portugal, uma vez que foi sentido em várias localidades portuguesas, José Luís Carneiro afirmou que, “até agora, não há qualquer registo de danos ou de consequências em território português”.

De acordo com as imagens reproduzidas pelos meios de comunicação social, nas redes sociais e por testemunhas, o terramoto causou danos consideráveis em várias cidades. O tremor sentido em Rabat, Casablanca, Agadir e Essaouira, provocou o pânico entre a população. Muitas pessoas saíram para as ruas dessas cidades, temendo que as casas desabassem, de acordo com imagens divulgadas nas redes sociais.

Nota da Redacção: notícia em desenvolvimento.

Texto: ALVORADA com agência Lusa