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Bombarral preparado para receber hospital já previsto no Plano Estratégico do concelho

Camara do Bombarral CMB

O presidente da Câmara Municipal do Bombarral, Ricardo Fernandes, garantiu hoje que o concelho está preparado para receber o novo Hospital do Oeste, já previsto no plano estratégico 2030. “Estamos preparados para trabalhar com o Ministério da Saúde para que se construa este hospital o mais rapidamente possível”, afirmou aos jornalistas o presidente do executivo camarário, após o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciar esta tarde a escolha do concelho para a construção do novo Hospital do Oeste.

A escolha do Governo, transmitida hoje aos 12 autarcas da OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste, recaiu sobre um terreno camarário na Quinta do Falcão, no concelho do Bombarral, com mais de 50 hectares e distando dois quilómetros do nó Bombarral/Sul da A8 e a quatro quilómetros da estação do caminho-de-ferro da vila.

Após o anúncio, Ricardo Fernandes garantiu que o concelho “está a preparar-se” para receber a unidade hospitalar, já prevista “no Plano estratégico do Bombarral até 2030”, apresentado publicamente esta segunda-feira numa sessão que decorreu no auditório da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Bombarral. Para o autarca socialista, “quem fica a ganhar é todo o Oeste”.

Contudo, a localização escolhida pelo Governo não reúne consenso entre os municípios que serão servidos pelo novo hospital e que as autarquias das Caldas da Rainha e de Óbidos defendiam que ficasse na confluência dos dois concelhos. À agência Lusa, o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, o independente Vítor Marques, reconheceu vantagens “na tipologia” do novo hospital, que “vem mitigar mais de 90% das necessidades hospitalares” da região, mas disse discordar dos critérios que levaram à escolha do Bombarral. Aludindo à intenção do concelho de Mafra e de freguesias de Alcobaça e Nazaré deixarem de ser servidas pelo novo hospital, Vítor Marques sublinhou que “o pressuposto que levou à decisão [distância e localidades servidas] hoje já não faz parte, mas a decisão manteve-se”. O autarca manifestou ainda estranheza pelo facto de terem sido desvalorizados factores como “a distância à linha férrea”, menor na proposta defendida pelas Caldas da Rainha do que na localização escolhida, considerando que não foi feita da melhor forma a escolha do local para “um equipamento que custa mais de 200 milhões de euros ao Estado”.

Críticas corroboradas pelo presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel, para quem a escolha do Bombarral é “uma decisão política que já estaria tomada há muito tempo”, sem levar em linha de conta os critérios propostos num parecer técnico entregue pela sua autarquia e pelo município das Caldas da Rainha. “O importante agora é que se construa esta unidade o mais breve possível, que já peca por tardia”, afirmou, acusando o Governo de “se ter andado sempre a escudar em responsabilidades que não são do poder local” e de adiar a decisão pela falta de consenso dos autarcas sobre a localização.

Em Novembro de 2022, a OesteCIM entregou um estudo encomendado à Universidade Nova de Lisboa para ajudar o Governo a decidir a localização, documento que apontava o Bombarral como a localização ideal. Em Março, os municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos entregaram ao ministro da Saúde um parecer técnico a contestar os critérios utilizados no estudo e a defender medidas de mitigação dos impactos se as Caldas da Rainha deixar de ter hospital, assim como a localização do novo hospital na confluência daqueles dois concelhos.

O novo hospital irá substituir o actual Centro Hospitalar do Oeste, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelos concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografias: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)