Pesquisa   Facebook Jornal Alvorada

Assinatura Digital

Ministro da Saúde anuncia novo Hospital do Oeste no Bombarral

Manuel Pizarro e novo Hospital do Oeste

O futuro Hospital do Oeste vai ser construído no concelho do Bombarral, anunciou hoje o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, após reunir com os 12 presidentes das câmaras municipais que integram a OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste

Não há nenhuma dúvida de que a população do Oeste merece um hospital muito mais diferenciado e de muito maior dimensão”, disse o governante aos jornalistas nas Caldas da Rainha, na sede da OesteCIM, onde anunciou a escolha da Quinta do Falcão, propriedade do Município do Bombarral, junto ao Estádio Municipal, como a melhor localização para a nova unidade hospitalar. O optimismo do ministro preconiza um prazo de cinco anos para a nova unidade hospitalar entrar em funcionamento, prazo que muito dificilmente será cumprido.

Para o ministro da Saúde, “só é possível [um novo hospital] transformando o actual centro hospitalar, com várias unidades dispersas em várias cidades, num único edifício que tenha uma certa centralidade e que permita essa concentração [de serviços] que vai permitir a diferenciação técnica do hospital”. A decisão, comunicada hoje aos autarcas,“não é unânime”, mas é aquela que o Governo considerou a ideal dada a localização “no centro geográfico da região, com uma belíssima acessibilidade rodoviária, a dois minutos da autoestrada 8 e a menos de quatro minutos de uma estação de caminho-de-ferro”, explicou o governante.

Para tomar esta decisão, Manuel Pizarro teve em linha de conta o resultado do trabalho do grupo informal liderado pela ex-ministra lourinhanense Ana Jorge, que concluiu que o concelho do Bombarral, a exemplo do que mostrou o estudo realizado para a OesteCIM pela Universidade Nova de Lisboa, reúne o melhor local para acolher o futuro Hospital do Oeste.

Quanto ao modelo de financiamento da futura unidade hospitalar, o ministro da Saúde anunciou que no Outono revelará se recorrerá a uma Parceria Pública-Privada para a sua construção e gestão ou se será directamente por fundos do Orçamento de Estado e gerido pelo Serviço Nacional de Saúde.

O ministro adiantou aos jornalistas que irá ser estudado o modelo de financiamento, admitindo poder “optar por um sistema de parceria público-privada para a construção e manutenção futura do hospital”, ou, em alternativa, “por um sistema de financiamento baseado no Orçamento do Estado”. A previsão do ministro é de que o estudo esteja concluído até Outubro, após o que será anunciado o lançamento do concurso para o projecto, de acordo com “o sistema de financiamento economicamente mais vantajoso”.

De acordo com o governante, o novo hospital “vai ter cerca de 480 camas (..) e praticamente todas as especialidades médicas em adição a todas que já existem” nos três hospitais do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) [Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche], entre as quais, exemplificou, “urgência de psiquiatria e um laboratório de hemodinâmica para os exames de intervenção cardíaca urgentes”.

Manuel Pizarro deixou ainda a garantia de “investir, desde já, na melhoria das condições das duas unidades das Caldas da Rainha e de Torres Vedras”, bem como de constituir um grupo de trabalho, com a colaboração dos municípios, para dar uma utilização futura àqueles equipamentos. O governante pretende que aquelas unidades tenham “serviços de proximidade, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, medicina física e de reabilitação”, bem como novas repostas ao nível de cuidados continuados.

Sem se comprometer com datas para a concretização do novo hospital, o ministro estimou que a construção possa demorar “sempre dois a três anos” após o arranque da obra, pelo que, “numa perspectiva muito optimista”, poderá ser uma realidade dentro de “cinco anos”, afirmou.

Recorde-se que em Novembro de 2022, a OesteCIM entregou ao Governo um estudo encomendado à Universidade Nova de Lisboa para ajudá-lo a decidir a localização, documento que apontava o Bombarral como o local ideal. Em Março, os municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos entregaram ao ministro um parecer técnico a contestar os critérios utilizados no estudo e a defender medidas de mitigação dos impactos se Caldas da Rainha deixar de ter hospital, assim como a localização do novo hospital na confluência daqueles dois concelhos. Agora, depois de analisados todos os argumentos, foi finalmente tomada uma decisão pelo Governo.

O novo hospital irá substituir o actual Centro Hospitalar do Oeste, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

Mais pormenores na próxima edição impressa do ALVORADA.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA