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Fábrica de conservas de peixe ESIP em Peniche com 10% dos trabalhadores em greve

ESIP

Cerca de 10% dos 834 trabalhadores da fábrica de conservas ESIP de Peniche aderiram hoje à greve nacional do sector convocada pela FESAHT, disse fonte oficial da empresa.

Fonte oficial da European Seafood Investiment Portugal (ESIP), do grupo multinacional tailandês Thai Union, disse à agência Lusa que, dos 834 trabalhadores, 80 fizeram greve, até às 12h00, havendo, contudo, um turno a iniciar às 15h30 com 150 a 200 trabalhadores.

Os números não foram contestados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos (SINTAB), por não dispor de meios para aferir a adesão à greve pelos trabalhadores nesta fábrica do Oeste.

Apesar das condições climatéricas adversas, que impediram uma arruada pela cidade, meia centena de trabalhadores, que aderiram à greve, concentrou-se hoje de manhã à porta da conserveira. Cristina Pejapes, trabalhadora há cerca de 30 anos e dirigente sindical, afirmou à Lusa que aderiu à quarta greve este ano na empresa para exigir aumentos salariais uma alteração ao contrato colectivo de trabalho. Para Maria de Lurdes Quiaios, trabalhadora há 17 anos, esta também é a quarta greve para lutar por melhores condições de trabalho, mudança dos horários e aumento do salário. Roger Martins, há 20 anos na empresa, também decidiu fazer greve, a quarta este ano, para reivindicar por um aumento salarial.

À porta da empresa, os trabalhadores, na esmagadora maioria mulheres, gritaram frases de ordem como “a luta continua nas empresas e na rua”, “o custo de vida aumenta e o povo não aguenta”, “mais salários, melhores pensões”, “não podemos aceitar empobrecer a trabalhar” e “35 horas para todos sem demora”.

Os trabalhadores das indústrias de conservas de peixe estão hoje em greve convocada pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT). A greve visa sobretudo reivindicar pela valorização geral dos salários na contratação coletiva, pelo combate à precariedade e a negação do aumento dos ritmos de trabalho e a desregulação de horários, com a redução do horário semanal de trabalho para as 35 horas.

Texto: ALVORADA com agência Lusa