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Portugal regista novo caso de gripe das aves numa gaivota no concelho de Peniche

Gripe das aves

Portugal tem actualmente seis focos de infecção pela gripe das aves, após o vírus ter sido hoje confirmado em patos selvagens em Vila Nova da Barquinha e numa gaivota no Baleal, no concelho de Peniche, disse à Lusa fonte da DGAV - Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária.

“Em Vila Nova da Barquinha foi detectado o vírus da gripe aviária em patos selvagens, situação que vem reforçar que a doença existe em circulação nos animais selvagens e que é através destas que chega às espécies domésticas”, disse hoje à Lusa Susana Pombo, da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que confirmou ainda a sinalização de um novo foco em Peniche.

“Aos cinco focos que já conhecíamos, sendo o quinto foco confirmado em Alpiarça”, no concelho de Santarém, no dia 4 de Janeiro, num ganso selvagem encontrado morto na Barragem dos Patudos, “podemos hoje sinalizar um sexto foco de infecção pela gripe das aves de alta patogenicidade [GAAP] em Peniche, também em animais selvagens, numa gaivota”, afirmou, apelando ao cumprimento das regras de biossegurança.

No dia 31 de Dezembro tinha sido confirmado um foco numa exploração de perus, em Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha, sendo que a confirmação de hoje da existência de novos casos de gripe aviária do subtipo H5N1 de alta patogenicidade em patos mudos, encontrados mortos no parque ribeirinho daquele município, não configura um novo foco da doença estando, antes, ligados ao foco já existente. “Em Vila Nova da Barquinha, os patos selvagens encontrados mortos não configuram um novo foco uma vez que já estão incluídos na zona de vigilância demarcada aquando do foco ali detectado” em Dezembro, disse Susana Pombo.

No entanto, e por medida de precaução e de contenção da doença, o Município de Vila Nova da Barquinha, em articulação com a DGAV, decidiu interditar o acesso ao parque ribeirinho. “A autarquia interditou o parque ribeirinho ao público, solicitando aos munícipes que não alimentem os animais na zona do parque evitando assim a aproximação dos mesmos, que não circulem no perímetro sinalizado a fim de não ser um agente de propagação do vírus em capoeiras ou cativeiros onde coabitem espécies que sejam afectadas por esta gripe”, informou hoje o município, em comunicado.

Os dois primeiros focos foram detectados em 1 de Dezembro, numa capoeira doméstica em Palmela, e em 23 de Dezembro, numa exploração de perus em Óbidos, com cerca de 18 mil aves, existindo “uma ligação” entre essa exploração e o terceiro foco detectado em 30 de Dezembro, e confirmado no dia seguinte, em Vila Nova da Barquinha, numa exploração com cerca de seis mil perus.

No dia 4 de Janeiro foi detectado um quarto foco de gripe aviária numa exploração de galinhas e patos em Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, e no dia seguinte foi confirmado um quinto foco em Alpiarça, num ganso selvagem, a que se junta hoje um sexto foco, em Peniche, detectado numa gaivota.

A DGAV lembrou que “não existem evidências de que a gripe aviária seja transmitida para os humanos através do consumo de alimentos”, como carne de aves de capoeira ou ovos, salientando que “na origem da doença estará a regular migração de aves selvagens na Europa, provenientes da Ásia e do leste da Rússia, que têm permitido a circulação viral e a sua transmissão a longas distâncias”. Face à “situação epidemiológica actual”, a DGAV defendeu ser importante “cumprir e reforçar” as regras de biossegurança, assim como as boas práticas de produção avícola, evitando contactos entre aves domésticas e selvagens. “É ainda de extrema importância a notificação imediata de qualquer suspeita, de forma a permitir uma rápida e eficaz implementação das medidas de controlo da doença”, acrescentou.

A notificação de mortalidade de aves selvagens pode ser feita através da aplicação ANIMAS (http://animas.icnf.pt).

Texto: ALVORADA com agência Lusa