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Aumento do número de condutores com álcool é "das questões que mais preocupa" alerta Governo

ANSR 2

O aumento do número de condutores apanhados com álcool este ano “é uma das questões que mais preocupa” o Governo e que exige trabalho, afirmou hoje a secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar.

“Temos efectivamente uma preocupação com as infrações que são detectadas relativamente à condução sob o efeito do álcool”, afirmou a governante, em declarações aos jornalistas, em Évora, à margem da cerimónia nacional para assinalar o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada. Este é “o único indicador que, este ano, não está, efectivamente, a decrescer e, portanto, é um sinal e uma demonstração clara que é uma das áreas em que nós temos que trabalhar bastante”, completou Patrícia Gaspar.

Questionada pela agência Lusa, a secretária de Estado da Protecção Civil comentava os dados de um relatório, de Janeiro a Julho, da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), divulgado em 9 de Novembro. O relatório mostrou que o número de condutores com excesso de álcool registou “um aumento expressivo” até Julho deste ano, em relação ao mesmo período de 2021, tendo as infrações subido cerca de 60% e as detenções quase 77%. A condução sob efeito de álcool foi a única infração a registar um aumento nos primeiros sete meses deste ano.

Em Évora, a secretária de Estado lembrou que a Comissão Europeia “definiu 2019 como o ano de referência e de comparação estatística”, pois, 2020 e 2021 são anos que, devido à Covid-19, apresentam “números distintos” e “não são bons para estabelecer comparações”. Este ano, “um aspecto positivo face a 2019, é que praticamente todos os indicadores de sinistralidade reduziram, quer o número de acidentes, quer o número de vítimas”, com excepção das infrações da condução sob efeito do álcool, assinalou Patrícia Gaspar. “Aquilo que percebemos é que há aqui uma questão específica com o álcool, que tem efectivamente que ser trabalhada e é neste campo que estamos a trabalhar, inclusive com o Ministério da Justiça”, realçou.

A governante lembrou que têm “vindo a aumentar muito as acções de fiscalização” nas estradas, “por meios presenciais [ou] por sistemas de detecção automática, como as câmaras de vigilância”, e que, este ano, já foram fiscalizados “cerca de 72 milhões de condutores”, o que traduz “um aumento de sensivelmente 11%, face a anos anteriores”.

Apelando ainda aos comportamentos individuais dos condutores, “porque a condução sob o efeito do álcool pode ter e tem efeitos devastadores”, Patrícia Gaspar lembrou que, este ano, até Julho, já tinham sido contabilizadas 253 vítimas mortais. “Qualquer vítima mortal é um número que nos deve preocupar”, afiançou, aludindo às “metas muito ambiciosas” na área da sinistralidade: O objectivo passa por, até 2030, “reduzir 50% do número de vítimas nas estradas e, até 2050, chegar a uma meta que é muito ambiciosa, que é zero mortes na estrada”, porque este “é o único número aceitável”.

O Dia Mundial das Vítimas da Estrada foi assinalado em Évora, como uma missa, uma marcha lenta entre a Praça do Giraldo e o Jardim da Memória, onde os participantes depositam varas no memorial, e mais actividades, promovidas pela Associação GARE e a Liga de Associações Estrada Viva, em parceria com outras entidades.

Texto: ALVORADA com agência Lusa