Presidente da República diz que Governo e autarquias estão "totalmente entendidos" sobre Jornada Mundial da Juventude
- Sociedade
- 04/08/2022 17:23
O Presidente da República disse hoje que o Governo e as autarquias "estão totalmente entendidos" sobre os encargos financeiros da Jornada Mundial da Juventude, no próximo ano, sublinhando que o acordo "já está por escrito".
Questionado sobre se exerceu um papel de mediador na resolução do impasse entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Governo a propósito dos encargos financeiros para a Jornada Mundial da Juventude, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "não é preciso mediação nenhuma". “Não é preciso mediação nenhuma, [Governo e autarquias] estão totalmente entendidos. O acordo está mais do que fechado, está selado, já está por escrito, já estava na cabeça e no coração das pessoas, agora nalguns pontos passou a ficar por extenso”, sustentou o Chefe de Estado, no final de uma visita aos espaços que vão acolher aquele evento religioso, entre 1 e 6 de Agosto de 2023.
De acordo com a edição de quarta-feira do jornal Público, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, chegaram a “um consenso” sobre a Jornada Mundial da Juventude. O jornal noticiou que o Governo concordou em assumir “os encargos financeiros” que a autarquia anteriormente aceitou, ainda durante a presidência do socialista Fernando Medina, e que foram rejeitados por “indisponibilidade financeira” demonstrada pelo executivo do social-democrata Carlos Moedas. Este acordo foi alcançado na véspera da visita de Marcelo Rebelo Sousa aos terrenos, entre Loures e Lisboa, que vão receber centenas de milhares de peregrinos católicos no próximo ano.
Questionado sobre este 'timing', o Presidente da República rejeitou qualquer “magistratura de influência” nesse sentido: “Foi pura coincidência, já estava em marcha. O mérito é todo dos intervenientes. É mérito do Governo, do presidente da Câmara de Lisboa, do presidente da Câmara de Loures, do Bispo Auxiliar de Lisboa (…) e chegou-se à unidade”.
Presidente da República pede resistência à pressão imobiliária nos terrenos
O Presidente da República advertiu hoje o Governo e os autarcas de Lisboa e Loures que têm de resistir à “pressão imobiliária” sobre os espaços que vão receber a Jornada Mundial da Juventude. Marcelo Rebelo de Sousa visitou durante a manhã os terrenos à beira Tejo, entre Lisboa e Loures, por onde se prevê que passem centenas de milhares de católicos na Jornada Mundial da Juventude, de 1 a 6 de Agosto de 2023.
Acompanhado pela ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, pelos presidentes das câmaras municipais de Lisboa, Carlos Moedas, e Loures, Ricardo Leão, e pelo Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, o Chefe de Estado caminhou pelo terreno ainda esburacado e acidentado.
Depois da Jornada Mundial da Juventude o objectivo é deixar “um legado”, nas palavras de D. Américo Aguiar, para as populações de Lisboa e Loures e converter o espaço num enorme parque. E a fitar os quilómetros de terreno, o Presidente da República dirigiu-se a Ricardo Leão com um aviso: “Não deixe construir aqui, ó presidente”. Virando-se para a governante e para o autarca de Lisboa acrescentou: “Vai ser uma pressão imobiliária… Isto aqui é uma maravilha”. “Não vai acontecer”, respondeu Ana Catarina Mendes. O presidente da Câmara Municipal de Loures acrescentou que depois da Jornada Mundial da Juventude este vai ser um espaço de “fruição da população” e vai ter, entrou outros, “equipamentos desportivos”. “Pronto, assim está bem”, retorquiu o Presidente da República.
É a segunda vez que o Chefe de Estado vai verificar em que ponto estão as obras nestes terrenos e prometeu voltar uma terceira ainda este ano “para controlar”. “É uma obra complexa”, reconheceu Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, mas incorpora uma ideia “de futuro”. “A jornada não se esgota, nem se pode esgotar, como aposta nacional naqueles dias, por muito importantes que sejam na vida de milhões de pessoas. Aqui fica, pela primeira vez depois de uma Jornada Mundial da Juventude, uma obra para a comunidade, para a de Loures, para a de Lisboa. A ponte pedonal, o passeio pedonal, os parques, uma realidade que não existia. E fica em termos de qualidade de vida para as futuras gerações”, completou.
Ainda a visita ia a meio e o Presidente da República já tinha planos feitos. O primeiro: acampar neste espaço no dia anterior ao início da Jornada Mundial da Juventude, convite que estendeu ao Bispo Auxiliar de Lisboa e aos autarcas das duas cidades. O segundo: “Já estou a pensar em dar um mergulho”.