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PONG-Pesca pede ao Governo para ajudar a evitar a morte acidental de milhares de animais marinhos

PONG Pesca

A Plataforma de Organizações Não Governamentais sobre a Pesca (PONG-Pesca) enviou à ministra Ana Paula Vitorino uma carta em que apela para que evite a morte acidental de milhares de animais em águas marinhas europeias. As organizações de defesa do ambiente pedem que Portugal assuma uma posição firme numa importante reunião que decorrerá na próxima semana em Bruxelas, na Bélgica.

No próximo dia 12, o Conselho de Ministros das Pescas da União Europeia reunir-se-á com as outras duas instituições europeias - o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia -, numa reunião trilateral, para discutir o Regulamento das Medidas Técnicas (2016/0074(COD)) que servirá, entre outras coisas, de base para o combate à excessiva mortalidade acidental de espécies marinhas. Estima-se que morram anualmente 200.000 aves e 44.000 tartarugas marinhas devido a interações com artes de pesca em águas europeias. “Face a estes números, é fulcral implementar medidas que minimizem e eliminem, sempre que possível, as capturas acidentais de espécies marinhas, sobretudo as mais ameaçadas. A União Europeia tem a oportunidade de o fazer, na reunião de dia 12. Contudo, alguns Estados Membros estão a bloquear a aprovação destas medidas”, destaca o movimento em comunicado.

Assim, a PONG-Pesca dirigiu um pedido a Ana Paula Vitorino apelando a que a ministra defenda os interesses nacionais e a conservação de espécies ameaçadas e, nesse sentido, se expresse inequivocamente a favor da inclusão de várias medidas sérias para fazer face a este problema, que foram enumeradas na carta que recebeu. Nesta missiva, a PONG-Pesca lembra a governante que estas medidas irão contribuir significativamente para o sucesso de Áreas Marinhas Protegidas da Rede Natura 2000 e para a sustentabilidade das pescas, dois dos objectivos da tutela também expressos na Estratégia Nacional para o Mar.

Ana Almeida, técnica de conservação da SPEA - Sociedade Portuguesa para a Conservação das Aves e representante da PONG-Pesca, refere que “a saúde dos ecossistemas, em especial dos marinhos, depende grandemente das medidas e das decisões tomadas a nível comunitário e é importante que os nossos governantes tomem os passos certos na defesa daquele que é o património natural e de tantas espécies ameaçadas, como as aves e os mamíferos marinhos”. Entre as espécies que esta regulamentação poderá proteger está a pardela-balear, a ave marinha mais ameaçada da Europa. Visitante regular das águas nacionais, esta é uma das muitas espécies que são capturadas acidentalmente em artes de pesca. Outros grupos de fauna marinha afetados incluem baleias e golfinhos, tartarugas e tubarões.

A PONG-Pesca reúne as seguintes organizações ambientalistas portuguesas: Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação dos Elasmobrânquios (APECE), Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Observatório do Mar dos Açores (OMA), Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), Associação de Ciências Marinhas e Cooperação (Sciaena), SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e WWF Portugal - World Wildlife Fund for Nature.

Texto: ALVORADA
Fotografia: Marisa Batista