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Bastonário dos Veterinários pede levantamento nacional de abrigos de animais

Canil Municipal de Peniche

O bastonário da Ordem dos Veterinários defende que deve ser feito um levantamento nacional dos abrigos que acolhem animais e as condições em que funcionam para evitar tragédias como a que aconteceu em Santo Tirso.

Questionado pela Lusa a propósito do incêndio que este fim-de-semana atingiu dois abrigos em Santo Tirso e matou mais de 50 animais, Jorge Cid diz que é urgente este levantamento para não se repetirem situações deste género. “Enquanto não se souber o número de abrigos, as condições [em que funcionam], se estão legais, (…) como funcionam, com que meios, com que financiamento, se têm médico veterinário responsável como é obrigatório, situações destas vão-se repetir”, afirmou.

Jorge Cid frisou que o levantamento deve todos os sítios onde há animais, "não só este tipo de abrigos com animais de companhia, mas também de animais de produção - ovelhas, cabras e bovinos -, sobretudo em zonas do país onde as pessoas têm quatro, cinco ou seis animais" para que, em caso de catástrofe, sejam identificados esses locais para se tentar fazer de imediato um plano de evacuação e salvamento desses animais.

O bastonário sublinhou a acção que a Ordem dos Médicos Veterinários teve em Pedrógão Grande, aquando dos grandes incêndios, e disse que “tem havido pedidos sucessivos ao Ministério da Administração Interna para que os médicos veterinários integram também as equipas de protecção civil”. “O assunto vai-se arrastando, à boa medida dos assuntos em Portugal em que se vai empurrando com a barriga”, acrescentou. Jorge Cid disse ainda que já foi constituído um grupo de trabalho para analisar esta matéria, que já fez a primeira reunião e que reunirá novamente esta semana. “É um problema que se resolve a longo prazo, mas com medidas a muito curto prazo”, disse bastonário, lembrando que, ao contrário do que é obrigatório por lei, várias autarquias nem sequer veterinários municipais têm.

O incêndio atingiu dois canis na freguesia de Agrela, em Santo Tirso (Porto), e matou 54 animais este fim-de-semana, tendo 190 sido recolhidos com vida. Segundo a autarquia, 113 animais foram realojados em canis municipais e associações e os restantes 77 foram acolhidos por particulares.

Entretanto, o partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) informou que apresentou queixa ao Ministério Público por “crime contra animais de companhia” e que pedirá esclarecimentos ao ministro da Administração Interna sobre a morte destes animais na sequência do incêndio. O Bloco de Esquerda, por seu turno, anunciou que quer explicações dos ministros da Administração Interna e da Agricultura no Parlamento, bem como da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

Uma petição a pedir “justiça pela falta de prestação de auxílio aos animais do canil ‘cantinho 4 patas’ em Santo Tirso” já tinha reunido até às 9h00 de hoje mais de 115 mil assinaturas. A associação Animal também solicitou ao Governo e ao Parlamento que sejam apuradas responsabilidades no caso das mortes de animais naquele abrigo particular em Santo Tirso.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Direitos Reservados