Sindicato dos trabalhadores das autarquias exigiram ao Governo aumento mínimo de 150 euros nos salários
- Categoria: Sociedade
- 28/02/2025 19:53
Algumas centenas de trabalhadores da administração local, vindos de todo o país, percorreram hoje artérias da Baixa de Lisboa e concentraram-se junto ao Ministério das Finanças para exigir aumentos salariais de, no mínimo, 150 euros.
O protesto foi convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), afecto à CGTP, e contou com as presenças do secretário-geral da Intersindical, Tiago Oliveira, do líder do PCP, Paulo Raimundo, e de uma delegação do Bloco de Esquerda, encabeçada pela deputada Isabel Pires.
Os trabalhadores exigiram um aumento salarial de pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros, a substituição do atual Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP) por um outro, a valorização das carreiras e a aplicação a todos do horário de 35 horas semanais.
Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP-IN, considerou que tem de haver “uma política de coragem” para inverter o empobrecimento destes trabalhadores e dar-lhes a “perspectiva de futuro que não têm”. “Isto não é uma questão de se procurar onde é que pode estar uma resposta. Existe uma resposta. É uma questão de opção política, da linha ideológica que tem de ser assumida”, acrescentou.
Oriundos de várias regiões do país, os manifestantes empunharam bandeiras dos respectivos distritos de origem, tornando visível a presença de trabalhadores da administração local de Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Lisboa e Porto. Entre os trabalhadores em protestos estavam sobretudo assistentes operacionais, nomeadamente auxiliares de escolas, funcionários da higiene urbana, entre outros. Nos cartazes lia-se que “é urgente actualizar suplementos remuneratórios”, “aumentar todos os salários em 15%, mínimo 150 euros”, “é urgente revogar o SIADAP [sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública]” e “regulamentar suplementos de disponibilidade e piquete”.
A greve, convocada para que os trabalhadores pudessem participar no protesto, abrangeu sobretudo os assistentes operacionais das escolas e os trabalhadores da higiene urbana, tanto os que iniciaram os turnos antes das 00h00 de hoje como aqueles cujos horários de trabalho terminem após as 24h00.
Em simultâneo com a greve, decorreu o terceiro e último dia de uma outra paralisação convocada pela Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), para reivindicar uma resposta aos problemas dos trabalhadores das carreiras gerais da função pública, e que hoje foi dirigida também aos assistentes operacionais.