Associação Zero anuncia projecto para evitar desperdício alimentar
- Categoria: Sociedade
- 19/11/2024 18:12
A associação ambientalista Zero anunciou hoje o lançamento do projecto 'LIFE Food Connect', de combate ao desperdício alimentar, uma espécie de “mercado” que junte doadores e beneficiários de donativos alimentares para fins de acção social.
Com o projecto, anunciado no âmbito da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos (16 a 24 de Novembro), este ano sob o tema do desperdício alimentar, evita-se a deposição em aterro de toneladas de resíduos, destaca a associação em comunicado. O projecto, financiado pela União Europeia e com a duração de 30 meses, tem como objectivo a criação de uma plataforma (quer em versão online, quer em aplicação) que funcione como um local que agregue quem dá e quem recebe os alimentos.
Para quantificar o desperdício alimentar num contexto escolar de muitos utentes, a associação, segundo o comunicado, fez uma caracterização dos resíduos durante uma semana no Centro de Educação e Desenvolvimento Pina Manique, pertencente à Casa Pia de Lisboa, a primeira escola a implementar a abordagem Zero Resíduos em Portugal.
Citando dados do Eurostat a Zero recorda que Portugal é o terceiro país da União Europeia com maior desperdício alimentar, só depois de Chipre e Dinamarca, e que cada habitante de Portugal produz anualmente 184 quilos de biorresíduos procedentes de desperdício de alimentos ao longo de toda a cadeia (produção primária, indústria alimentar, retalho, restauração e consumo nas famílias).
Estima-se que o desperdício de alimentos nas habitações atinja quase 68% do total, o que equivale a 1,3 milhões de toneladas por ano. “Uma elevada taxa de desperdício alimentar combinada com uma gestão de biorresíduos ainda incipiente leva a um verdadeiro desperdício de recursos, com a sua deposição em aterro”, alerta a associação no comunicado, acrescentando que na cadeia alimentar além dos biorresíduos também há os resíduos de embalagens por exemplo. E o tratamento desses resíduos “está longe do ideal”. “Só na região de Lisboa, especificamente nos municípios da Valorsul, os biorresíduos constituem 41,8% do total dos resíduos urbanos, sendo apenas 3% recolhido selectivamente (27.685 toneladas, de um total de 341.500 toneladas) enquanto o resto está a ser incinerado ou depositado em aterro”, diz-se no comunicado.
Texto: ALVORADA com agência Lusa