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Governo espera que novos conselheiros ajudem a perceber nova realidade das comunidades

comunidades portuguesas

O Governo espera que os novos conselheiros das comunidades portuguesas, que se reúnem na terça-feira em plenário, ajudem a perceber a actual realidade destes portugueses e lusodescendentes no mundo, que mudou desde a última reunião, há quase nove anos.

É evidente que as comunidades vão mudando sempre, pois há fluxos migratórios que não existiam há oito ou nove anos. A minha expectativa é que alguns conselheiros possam trazer alguma informação mais detalhada sobre a problemática destes novos fluxos”, disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

Em declarações à agência Lusa, José Cesário referiu que também foram evoluindo situações que se prendem com a presença dos portugueses e lusodescendentes em vários países, em quase todos, “presença essa que foi fortíssimamente condicionada pela covid durante estes últimos anos”. “Estamos numa fase de recuperação e é também muito importante que os conselheiros tragam a actualidade, a informação actualizada sobre a problemática actual dessas comunidades”, prosseguiu.

José Cesário assume-se particularmente expectante sobre a avaliação do ensino de português no estrangeiro, nomeadamente as razões da “quebra enorme do número de alunos” nestes cursos tutelados pelo Instituto Camões, que “poderá prender-se com a covid, mas poderá haver igualmente outros factores”.

Sobre a reunião mundial do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), que decorre entre terça e quinta-feira, em Lisboa, Cesário indicou que “é muito importante” que este esteja “plenamente instalado”. “O Conselho é um órgão muito importante, eu diria indispensável para aconselhar o Governo e ou outros órgãos de soberania no desenvolvimento das políticas para as comunidades e, portanto, é muito importante que o Conselho esteja em plena instalação”, avançou.

Questionado sobre a importância do tema comunidades portuguesas na agenda política portuguesa, o secretário de Estado que as tutela reconheceu que “às vezes tem-se a sensação de que as comunidades nem sempre são prioritárias”. “Essa é a nossa batalha: tentar que elas, de facto, tenham uma visibilidade permanente e tenham a prioridade que nós achamos que merecem ter, por todas as razões e mais algumas. Primeiro, porque estamos a falar de milhões de portugueses ou lusodescendentes, e, segundo, porque estamos a falar de uma parte do país que é determinante para o futuro de todo o país, para o desenvolvimento de todo o país”, disse.

O plenário mundial do CCP reúne-se quase um ano após a eleição da sua composição e após alterações legislativas que introduziram algumas mudanças, a começar pelo número de conselheiros, que passou de 80 para 90. Dos 90 lugares disponíveis, foram eleitos 76 conselheiros, em 52 círculos eleitorais, para um mandato de quatro anos, durante o qual poderão ser consultados pelo Governo sobre as políticas relativas à emigração e às comunidades portuguesas no estrangeiro. O plenário deverá ainda escolher o presidente do Conselho Permanente (CP) do CCP, que será o novo rosto deste órgão consultivo, sucedendo a Flávio Martins (Brasil), actual deputado do PSD, eleito pelo círculo fora da Europa.

Serão três dias de trabalhos que começarão com uma sessão plenária na Assembleia da República e a participação do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, e do presidente cessante do Conselho Permanente. A sessão contará com a presença de Maria Manuela Aguiar, a primeira mulher a assumir o cargo de secretária de Estado das Comunidades Portuguesas (1980-1987).

Texto: ALVORADA com agência Lusa