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Presidente da República lamenta morte do historiador oestino João Bonifácio Serra

Presidencia da Republica III

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, e a Direcção-Geral do Património Cultural lamentaram a morte do historiador João Serra, antigo chefe de Casa Civil do ex-Presidente Jorge Sampaio e que foi responsável pela instalação do Museu Nacional Resistência e Liberdade em Peniche.

Numa nota do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa lamenta a morte do "homem de cultura, professor e historiador", que "leccionou em diversas instituições, mais recentemente no Instituto Politécnico de Leiria, nas Caldas da Rainha", e "foi também investigador e docente no ISCTE e na Universidade Nova da Universidade de Lisboa, sendo autor e coautor de várias obras, designadamente sobre a História da República e o republicanismo". O Presidente da República lembra que João Serra foi condecorado, em 2006, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo e como Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, tendo exercido as funções de vogal do Conselho das Ordens Nacionais.

A Direcção-Geral do Património Cultural manifestou também o seu "profundo pesar" numa nota em que destaca o "papel fundamental" de João Serra no projecto de instalação de conteúdos do Museu Nacional Resistência e Liberdade (MNRL), sob a sua tutela, enquanto membro da Comissão de Instalação de Conteúdos e Apresentação Museológica (CICAM) e responsável pelos conteúdos sobre a História da Fortaleza, do século XV ao século XIX.

Natural das Caldas da Rainha, o historiador, que nasceu a 22 de Abril de 1949, morreu na passada quarta-feira, dia 19 de Abril. A Direcção-Geral do Património Cultural assinala que João Serra "foi uma figura ímpar na vida cultural do país e mais especificamente na zona Oeste e região de Leiria", tendo desempenhado as funções de investigador e docente no ISCTE-IUL e na Universidade Nova de Lisboa, assessor e chefe da Casa Civil nos anos da Presidência de Jorge Sampaio (1996-2006) e, mais recentemente, de coordenação do Grupo de Missão e a presidência do Conselho Estratégico da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027, refere aquele organismo.

João Serra foi consultor de Jorge Sampaio para a área da Cultura e assumiu as funções de chefe da sua Casa Civil na recta final do mandato, após a saída de José Filipe Moraes Cabral, embaixador de Portugal em Espanha, França, na UNESCO e junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, entre outros países.

João José de Sousa Bonifácio Serra era professor coordenador do Instituto Politécnico de Leiria, na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR). Com trabalhos publicados sobre história social e política portuguesa dos séculos XIX e XX e participações em obras colectivas, colóquios e seminários em Portugal e no estrangeiro. Foi administrador e Presidente da Fundação Cidade de Guimarães, entidade que planeou e coordenou a Capital Europeia da Cultura (2009-2013). Integrou, entre 2008 e 2009, como director executivo, a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República. No âmbito da rede Cultura 2027, coordenou a candidatura de Leiria a capital europeia da Cultura.

Também o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, lamentou a morte do historiador João Bonifácio Serra. "Servidor público, historiador e homem de cultura. Além das funções exercidas na Casa Civil do Presidente Jorge Sampaio, João Bonifácio Serra deixa-nos importantes trabalhos no âmbito da história da I República e uma marca muito relevante na vida educativa e cultural do país", escreve o ministro da Cultura, na sua conta na rede social Twitter, sobre o historiador que morreu na quarta-feira. Pedro Adão e Silva lembra que João Bonifácio Serra foi fundador da Escola de Artes e Design das Caldas da Rainha, fez parte da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República e presidiu à Capital Europeia da Cultura em Guimarães, "funções que exerceu com reconhecido mérito".

No âmbito do projecto de Instalação do Museu Nacional Resistência e Liberdade, o ministro da Cultura recorda o seu papel como elemento da Comissão de Instalação de Conteúdos e Apresentação Museológica (CICAM), "sendo responsável pelos conteúdos sobre a história da Fortaleza de Peniche".

O velório será realizado no sábado, dia 22, a partir das 10h00, no Centro Funerário de Cascais. A cremação será às 15h30, após uma breve cerimónia de homenagem, de acordo com a página da Associação do Património Histórico das Caldas da Rainha, da qual João Serra foi fundador.

Texto: ALVORADA com agência Lusa