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Greve da CP leva embaixada do Carnaval de Torres Vedras a Lisboa de autocarro

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Uma embaixada do Carnaval de Torres Vedras, composta por cerca de 750 mascarados, vai este sábado a Lisboa promover o evento, indo de autocarro em vez do habitual comboio da Linha do Oeste devido à greve da CP.

O presidente do conselho de administração da empresa municipal Promotorres, que organiza o evento, Rui Penetra, disse à agência Lusa que a comitiva não vai de comboio e antes de autocarro, devido à greve dos trabalhadores da CP, que decorre até dia 21.

Na capital, a embaixada, liderada pelos reis do Carnaval e pela presidente da Câmara de Torres Vedras, vai de manhã desfilar pelas ruas da baixa lisboeta e ser recebida pelo ministro da Cultura.

A comitiva integra elementos das associações carnavalescas, grupos de mascarados, mascarados espontâneos e grupos de percussão.

Entre os dias 17 e 22, são esperados mais de meio milhão de visitantes no Carnaval de Torres Vedras, que este ano comemora 100 anos e retoma os festejos após a pandemia de Covid-19.

As comemorações do centenário começam em 17 de Fevereiro deste ano e terminam a 14 de Fevereiro de 2024, e promovem cerca de 60 actividades.

Em Março, o Carnaval de Torres Vedras, conhecido como “o mais português de Portugal”, foi inscrito no Património Cultural Imaterial Nacional.

São características deste Carnaval dois homens locais desempenharem os papéis de rei e rainha, a existência de uma “dinastia” dos títulos dos reis, as 'matrafonas' (homens com roupas e acessórios habitualmente usados por mulheres) e as celebrações da chegada e entronização dos reis.

O Carnaval de Torres Vedras insere-se nas tradições do Entrudo português, cujas raízes remontam às festas pagãs relacionadas com as festas de Inverno e com os cultos de fertilidade e da abundância no início da primavera, incluídos pelo Cristianismo no calendário litúrgico.

As manifestações do Carnaval espontâneo em Torres Vedras, característica que persiste até hoje, remontam ao século XIX, mas foi em 1923 que uma elite local republicana e um grupo social comercial/industrial emergente iniciou os festejos organizados nas ruas.

Os primeiros reis, dois homens, e a comitiva régia, composta por ministros, embaixadores e ‘matrafonas’, surgiram em 1924.

Nos últimos anos, o evento passou a atrair meio milhão de visitantes nos cinco dias em que ocorre e gera receitas de cerca de 10 milhões de euros na economia local, depois de ganhar dimensão mediática no final do século XX.

Texto: ALVORADA com agência Lusa