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Câmara de Torres contra bairrismo de municípios das Caldas e Óbidos que pode comprometer novo Hospital do Oeste

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A presidente da câmara municipal e da concelhia do PS de Torres Vedras repudiou hoje a posição dos homólogos das Caldas da Rainha, Óbidos e Rio Maior, defendendo que o seu bairrismo não defende o interesse de todos os cidadãos da região Oeste. “Esta manifestação de Caldas e Óbidos é desagradável porque cria um divisionismo que vai prejudicar naturalmente todos os utentes e a decisão relativamente ao hospital”, afirmou Laura Rodrigues à agência Lusa.

Para a autarca socialista, aqueles municípios, que aceitaram que a OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste encomendasse um estudo para apontar as melhores localizações e o perfil assistencial do novo hospital oestino e enviasse as conclusões ao Ministério da Saúde, “estão agora a pô-lo em causa” e a “quebrar a unanimidade na própria OesteCIM".

Laura Rodrigues sustentou que Caldas da Rainha (liderada pelo independente e ex-autarca social-democrata Vítor Marques) e Óbidos (presidido pelo social-democrata Filipe Daniel), a que se veio juntar Rio Maior (liderado pelo também social-democrata Paulo Espírito-Santo), estão a “misturar questões técnicas com questões de natureza política e partidária” e “isto não é absolutamente nada ético, nem há fundamento para a defesa desta natureza, porque na realidade o Oeste sul tem um número de utentes superior”.

A autarca torriense mostrou-se “desagradada” com a posição daqueles três municípios, quando Torres Vedras, o concelho servido pelo CHO - Centro Hospitalar do Oeste mais populoso, “teria condições para receber o hospital” e não tem reivindicado localizações ideais em prol de toda a região, aceitando as conclusões do estudo que foi feito. Laura Rodrigues, que quer discutir o assunto esta quinta-feira na reunião do conselho intermunicipal da OesteCIM, lembrou que se trata de um “hospital de fim de linha”, com mais meios e valências do que os actuais, evitando a transferência de doentes para os hospitais centrais mais próximos, motivo pelo qual é preferível uma localização central dentro da região. “Estamos a apelar que a comissão responsável por analisar o estudo tome a decisão da melhor forma ainda que tenhamos a noção de que a melhor localização não será no norte da região, porque o novo hospital tem de servir 60% dos utentes, que estão a sul e, nesse sentido, Torres Vedras abdicou de reivindicar a localização do novo hospital no seu território a bem de todos no Oeste”, sublinhou.

Em comunicado, o PS de Torres Vedras considerou que “a saúde nunca poderá ser usada como arma de arremesso político” e tem de gerar consensos, criticando a “política de bairrismo como está a ser tratada a saúde no Oeste”. Os socialistas lembraram a necessidade de uma localização central para o novo hospital, tendo em conta a população servida e o tempo de deslocação.

Numa conferência de imprensa conjunta, os municípios de Rio Maior, Caldas da Rainha e Óbidos defenderam a localização do novo hospital do Oeste na zona de fronteira destes dois concelhos, junto às oficinas municipais caldenses. Alertaram para o efeito o Governo para a necessidade de “ter em conta critérios mais alargados” do que aqueles que foram analisados no estudo do futuro Hospital do Oeste, cuja decisão o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou que será divulgada até ao final de Março.

Recorde-se que o estudo, encomendado pela OesteCIM, aponta o Bombarral (perto do Estádio Municipal), como a localização ideal para o hospital que deverá servir todos os 12 concelhos do Oeste.

Texto: ALVORADA com agência Lusa