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Visitar a Berlenga a partir de hoje só pagando 'online' a taxa diária

Berlengas 4

Os turistas da ilha das Berlengas, ao largo de Peniche (Leiria), passam a partir de hoje a ter se de registar ‘online’ e pagar a taxa turística antes da visita, através da plataforma electrónica ‘BerlengasPass’.

Esta plataforma ‘online’, que entrou hoje em funcionamento, passa a dar permissão de acesso aos visitantes à Reserva Natural das Berlengas, mediante o pagamento da taxa turística de três euros por dia, prevista legalmente desde Abril mas que só agora começa a ser aplicada. Só desta forma é concedida uma licença para acesso e permanência na ilha. Estão registados na plataforma 26 operadores, maioritariamente de Peniche, que asseguram transporte e actividades na Berlenga.

Desta forma, o ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e Florestas pretende controlar o limite diário de visitantes, não só para minimizar os efeitos do turismo sobre as espécies e ‘habitats’ naturais sensíveis, como também tendo em conta a pequena dimensão terrestre do arquipélago. O limite diário estabelecido por portaria oficial está fixado em 550 visitantes em simultâneo, excluindo residentes sazonais habituais, prestadores de serviços e representantes das entidades oficiais com jurisdição na Reserva Natural das Berlengas. O presidente da Câmara Municipal de Peniche, Henrique Bertino, assegurou ao ALVORADA que, nesta fase inicial de implementação da obrigatoriedade de pagamento da taxa, “as coisas possam não correr bem”, tendo alertado o Ministério do Ambiente para as “fragilidades” do processo. Contudo, garantiu que “não há barco nenhum que que fique em terra e o transporte de pessoas para a Berlenga não pode deixar de acontecer”.

Este acesso condicionado de turistas decorreu também de estudos científicos e já estava previsto no regulamento do Plano de Ordenamento da Reserva, em vigor desde 2008, mas nunca chegou a ser fixado até 2019. Um estudo da Universidade Nova de Lisboa concluiu que visitavam anualmente a ilha da Berlenga mais de 65.650 pessoas, das quais 43.250 na época alta (meses de Verão).

As receitas da cobrança da taxa turística vão ficar, de acordo com a portaria do Governo, “preferencialmente afectas à promoção das medidas de valorização”, desde obras de saneamento, gestão de resíduos e de abastecimento de água de uso público, implementação de alternativas de fornecimento de energia elétrica sustentável e melhorias das infraestruturas existentes no cais do Carreiro do Mosteiro, com vista ao embarque e desembarque de pessoas.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Sofia de Medeiros/ALVORADA (arquivo)