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Ucrânia: Município das Caldas da Rainha com gabinete de crise e prepara-se para receber 300 refugiados

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O Município das Caldas da Rainha vai ter um gabinete de crise para apoio a vítimas da guerra da Ucrânia, no âmbito de um programa preparado para acolher de imediato cerca de 300 refugiados, anunciou a autarquia. O Gabinete de Crise para Coordenação das Acções de Âmbito Municipal, a desenvolver em articulação com outros intervenientes locais e nacionais, vai abrir portas na terça-feira, indicou a vereadora da Acção Social na Câmara das Caldas da Rainha, Conceição Henriques (Movimento Vamos Mudar - MVM). O gabinete irá articular medidas com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Instituto do Emprego, Segurança Social e Alto Comissariado para as Migrações “para prestar informações sobre a forma como irá ser feita a regularização destes cidadãos e fazer chegar aos centros de empregos as suas competências para poderem ser integrados no mercado de trabalho”, explicou a vereadora.

A edilidade criou também “uma ‘task force’ com dois técnicos da Acção Social, coadjuvados com pessoas das áreas de Educação, Desporto e Juventude, para actuar directamente junto dos refugiados que cheguem ao concelho”, disse Conceição Henriques. A autarquia preparou já um centro de alojamento com capacidade para 28 pessoas, duas casas e prevê, em breve, ter disponível mais uma casa. “A expectativa é que cerca de 300 pessoas possam chegar ao concelho”, avançou a autarca, lembrando que Caldas da Rainha conta com uma comunidade de 306 ucranianos, que “eventualmente irão acolher amigos e conterrâneos que possam chegar”.

“No caso de acontecer uma chegada em massa serão disponibilizadas as duas áreas de apoio criadas para emergências”, informou o presidente do executivo camarário, Vitor Marques (MVM), aludindo a duas escolas primárias transformadas em centro de acolhimento para deslocados em caso de catástrofes.

A Câmara Municipal vai ainda deliberar, na próxima segunda-feira, um aumento do fundo social de emergência em 150.000 euros, “dirigido em exclusivo à resposta aos refugiados”. Esta verba poderá ser aplicada na aquisição de bens iniciais ou na “atribuição de uma bolsa para auxílio imediato a algumas pessoas que cheguem com maiores dificuldades”, disse Vitor Marques.

As medidas foram hoje anunciadas numa conferência de imprensa que antecedeu a realização de uma manifestação de solidariedade para com o povo ucraniano. A iniciativa contou com o apoio de instituições locais e nacionais que estão a fazer a recolha de bens, que já resultaram no envio de 15 camiões de bens já enviados para Ucrânia e oito toneladas de medicamentos enviados para a Polónia. A manifestação de solidariedade juntou cerca de duas centenas de pessoas que ali doaram alimentos e ostentaram cartazes com frases como “Ucrânia livre” ou “Juntos pela Ucrânia”.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países. O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário. O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Texto: ALVORADA com agência Lusa