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Raias sobreviventes em cativeiro foram devolvidas ao mar pelo IPMA junto às Berlengas

Raias PPCENTRO 9 JustDive

Vários exemplares de raias, que tinham sido capturados com redes de tresmalho durante a faina normal de embarcações da frota artesanal a operar a partir do Porto de Pesca de Peniche, foram devolvidos agora ao mar, revelou o IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Mantidas vivas nas instalações do IPMA em Peniche, esta que foi a primeira operação de devolução ao mar de exemplares de espécies de raia capturados pela pesca comercial e mantidas em cativeiro.

Esta acção foi realizada no âmbito das experiências de sobrevivência do Projecto PP-Centro (Projecto da Pequena Pesca na Costa Ocidental Portuguesa | MAR-01.03.02-FEAMP-0007 | Mar2020), em colaboração com o centro de mergulho JustDive - Blue Academy, de Peniche. Foram devolvidos ao seu habitat natural um total de sete indivíduos, quatro de raia-pontuada (Raja brachyura) e três de raia-manchada (Raja montagui) com comprimento que variou entre 50 e 53 cm (próximo do tamanho mínimo de desembarque, 52 cm).

Segundo um comunicado do IPMA enviado ao ALVORADA, “para se avaliar a respectiva taxa de sobrevivência a curto prazo, procedeu-se à monitorização do estado de saúde dos exemplares por um período que variou entre três semanas a sete meses”. O local de libertação junto à ilha da Berlenga, a uma profundidade de 10 a 12 metros, e de fundo de areia grossa e rocha, foi seleccionado por estar próximo do local onde os animais tinham sido capturados pela frota comercial.

Para avaliação da capacidade de sobrevivência a longo prazo, as raias devolvidas ao mar foram marcadas com ‘spaghetti tags’, do projecto DELASMOP da Universidade do Algarve/IPMA. Trata-se de etiquetas de plástico resistente que têm um código de identificação de registo online do peixe para que, depois de pescado, possa ser identificado o local da sua captura. “As experiências de avaliação da sobrevivência de espécies visam a obtenção de evidência científica para a posterior avaliação de potencial derrogação à obrigação de desembarque dessas espécies no âmbito da Política Comum de Pescas”, de acordo com o regulamento da União Europeia de 2013. “Os resultados já obtidos, evidenciam uma sobrevivência elevada de raia-pontuada e de raia-manchada à captura por tresmalho, com posterior devolução ao mar”, conclui ainda a comunicação do IPMA.

Texto: ALVORADA
Fotografia: IPMA