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Impactos da subestação eléctrica de Runa da Linha do Oeste foram minimizados segundo Governo

Linha do Oeste 1

Os impactos da subestação eléctrica da Linha Ferroviária do Oeste, em construção em Runa, no concelho de Torres Vedras, vão ser mínimos para a população, garantiu o Ministério das Infraestruturas, numa resposta escrita ao PCP, a que a Lusa teve hoje acesso.

Na resposta a uma pergunta efectuada pelo grupo parlamentar comunista da Assembleia da República, o Ministério das Infraestruturas informou que "a alteração da localização da subestação de Runa, nesta fase, teria como consequência um atraso irreversível na conclusão da electrificação entre Meleças (Sintra) e Caldas da Rainha, comprometendo o financiamento comunitário já aprovado".

O ministério de Pedro Nuno Santos esclareceu que a subestação eléctrica, em construção junto à localidade do Penedo, fica a 35 metros da habitação mais próxima. Por outro lado, "os aparelhos que operam com 220 kV estarão a mais de 70 metros" da Rua da Quinta do Penedo, tendo em conta que "a disposição da subestação e a chegada das linhas de alimentação foram também definidas de forma a minimizar o impacto nas habitações existentes e na povoação", garantiu o Governo.

A chegada das linhas eléctricas à subestação é feita pelo lado sul, motivo pelo qual, justificou, "a habitação mais próxima da futura subestação se encontra a mais de 40 metros do seu limite e a mais de 75 metros da zona com aparelhos de muito alta tensão". O Ministério das Infraestruturas acrescentou ainda que a distância desta subestação "é superior ao que se verifica em muitos locais de linhas ferroviárias electrificadas".

A tutela esclareceu também que o processo para a empreitada de construção da subestação e de modernização da linha ferroviária "foi sujeito a Avaliação de Impacto Ambiental e a um período de consulta pública", entre 14 de Fevereiro e 27 de Março de 2018 e entre 22 de Novembro e 12 de Dezembro do mesmo ano, tendo sido emitida a Declaração de Impacto Ambiental favorável.

Para a alimentação eléctrica da linha no troço Meleças (Sintra) - Caldas da Rainha, foram estudadas várias localizações na freguesia de Runa, mas encontravam-se mais perto das habitações e em "zonas inundáveis" junto ao Rio Sizandro, havendo por isso o "risco de inundação da subestação", esclareceu o ministério. Em relação ao património arqueológico existente, a tutela informou que "não foi identificado qualquer caminho romano ou ponte da mesma época", apesar de ter sido efectuado o levantamento do património nos estudos prévios.

A construção desta subestação foi iniciada em Outubro de 2020 e deverá ficar concluída no primeiro trimestre de 2023, enquanto as obras de modernização entre Meleças e Torres Vedras começaram em Novembro e têm um prazo de execução de dois anos.

O projecto de modernização da Linha do Oeste está dividido em duas empreitadas, sendo a primeira de electrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras (61,7 milhões de euros), e a segunda para modernização e electrificação do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha (40 milhões de euros).

PSD/Torres Vedras exige compensações à população 

 Os vereadores do PSD na Câmara Municipal de Torres Vedras defenderam hoje que a população da freguesia de Runa deverá ser compensada se não for deslocalizada a subestação eléctrica da Linha do Oeste prevista para o local.

"Não estamos esclarecidos, nem convencidos", afirmou o vereador Marco Claudino em conferência de imprensa, depois de ter colocado o assunto na reunião à porta fechada do executivo municipal, liderado pelo PS. "Foi-nos dito que era uma decisão irreversível, porque implicaria cancelar o projecto e perder fundos comunitários. A resposta não nos sossega", disse o autarca, que propôs uma sessão pública de esclarecimento pela empresa pública IP - Infraestruturas de Portugal, responsável pela obra, até porque há dúvidas sobre “se foi tudo feito pela câmara municipal”.

Para o político social-democrata, "se houver impacto negativo e se a decisão for irreversível, a população tem de ser compensada". Os autarcas vão, entretanto, reunir-se com responsáveis da IP .

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)