ESTM firma acordo com a Prefeitura Municipal do Rio Grande para intercâmbio académico e empresarial na área da economia azul
- Categoria: Oeste
- 17/04/2025 12:17
Fomentar a investigação, o empreendedorismo e a inovação no campo da economia azul, com acções práticas direccionadas ao intercâmbio académico e empresarial são os objectivos do acordo de cooperação firmando entre a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM), do Politécnico de Leiria, e a Prefeitura Municipal do Rio Grande, no Brasil. O protocolo foi celebrado durante o III Fórum de Desenvolvimento da Economia Azul, realizado entre os passados dias 14 e 16, na Câmara de Comércio da cidade do Rio Grande, com a participação do director da ESTM, Sérgio Leandro.
Segundo revela o ESTM num comunicado enviado ao ALVORADA, o acordo está centrado em três eixos principais: a promoção de investigações conjuntas e mobilidade académica entre estudantes e docentes; o estímulo à criação e internacionalização de startups e empresas; e o fortalecimento do Fórum de Economia Azul, que deverá passar a ter um carácter internacional a partir da próxima edição.
“Neste protocolo estabelecemos o compromisso de trabalharmos em conjunto na área da economia azul. Vamos cumprir estes três pontos, implementar acções concretas e construir juntos um planeta melhor”, afirmou Sérgio Leandro.
Para a prefeita Darlene Pereira, a celebração do protocolo marca uma nova etapa para o município. “Este acordo é muito importante para a nossa cidade, pela troca de experiências e de aprendizagens e pela procura de novas tecnologias. Em Portugal estão a ser concretizados tantos passos importantes, sendo que este protocolo vai-nos permitir acompanhar, aprender e construir também isso na nossa cidade”.
No âmbito do III Fórum de Desenvolvimento da Economia Azul no Brasil, o director da ESTM participou ainda na palestra ‘Bioeconomia Azul: Superar Desafios, Aproveitar Oportunidades para um Futuro + Azul’ e no painel ‘Fomento ao Desenvolvimento Local por meio da Economia do Mar Sustentável e Inovação Bluetech’.
“Os actuais desafios da bioeconomia azul estão muito relacionados com os objectivos de estimular uma economia baseada no conhecimento científico e na inovação tecnológica, explorar os recursos biológicos de modo equilibrado, proteger e restaurar os ecossistemas marinhos, e promover a criação novos empregos verdes e inclusivos. Para que tal seja possível, é necessário estimular e implementar projectos que incluam na sua base a inovação e o conhecimento gerado na academia, em articulação com as necessidades da sociedade”, afirmou.
Sobre as oportunidades que podem e devem ser aproveitadas para um futuro mais azul, Sérgio Leandro sublinhou a necessidade de “olhar para todos os sectores da bioeconomia azul e perceber o que faz sentido nos diferentes territórios costeiros”. “Se na pesca a grande oportunidade é a utilização de novas tecnologias digitais de suporte à actividade, quando falamos em aquacultura certamente devemos olhar para sistemas de aquacultura em recirculação”. Por outro lado, “ao nível do turismo marítimo e costeiro, podemos referir aspectos relacionados com a valorização cultural e a gastronomia local, bem como a integração de tecnologias digitais”.
Ainda no que diz respeito aos sectores mais tradicionais, segundo Sérgio Leandro, uma das grandes oportunidades relaciona-se com a automação e tecnologia 4.0. “Olhando para os sectores emergentes, destaca-se a biotecnologia azul, com a pesquisa de compostos bioactivos e outros biomateriais em recursos biológicos marinhos e a sua aplicação num conjunto diverso de indústrias, a digitalização e bioinformática marinha, com a exploração genómica da biodiversidade marinha e utilização da inteligência artificial e ‘machine learning’, sendo que no restauro dos ecossistemas marinhos temos a recuperação da biodiversidade e desenvolvimento de novos modelos de negócio para o desenvolvimento de projectos de conservação (crédito carbono azul)”.
Acerca do fomento ao desenvolvimento local por meio da economia do mar sustentável e da inovação bluetech, o director da ESTM apontou o exemplo do Hub Azul de Peniche, cujo promotor é a Associação Smart Ocean, integrando como sócios fundadores o Politécnico de Leiria, o Município de Peniche, a Docapesca - Portos e Lotas e a Biocant. “Este hub visa criar uma infraestrutura tecnológica de apoio ao surgimento e desenvolvimento de ideias inovadoras para a exploração equilibrada dos oceanos. A Smart Ocean assume a missão de apoiar o desenvolvimento sustentável da economia azul, com base no conhecimento e na inovação através da colaboração entre parceiros nacionais e internacionais, promover interacções entre o meio académico, a indústria e as entidades oficiais, desenvolver programas de aceleração com parceiros nacionais e internacionais, e fornecer incubação de empresas e serviços de acolhimento”, destacou Sérgio Leandro, recordando que se encontra em construção o Edifício Smart Ocean Open Labs, em Peniche, sendo expectável que entre em funcionamento no primeiro trimestre de 2026.
O Fórum de Desenvolvimento da Economia Azul é um dos mais importantes eventos sobre a economia do mar no Brasil, cujo objectivo passa pela promoção de um debate em torno do crescimento sustentável da Economia Azul, reunindo especialistas, autoridades, empresários e a comunidade para discutir inovações, oportunidades de negócios e parcerias estratégicas, alinhando o sector aos desafios da sustentabilidade global.