Plano Ferroviário Nacional prevê serviço Inter-regional na Linha do Oeste com horário cadenciado entre Caldas da Rainha e Lisboa
- Categoria: Oeste
- 17/04/2025 11:19
O novo Plano Ferroviário Nacional, aprovado pelo Governo e publicado em Diário da República, defende um serviço Inter-regional na Linha do Oeste com horário cadenciado entre Caldas da Rainha e Lisboa. A Linha do Oeste tem actualmente “uma oferta quase inexistente de serviços interurbanos e uma oferta de serviços locais muito limitadas”, reconhece a resolução governamental. Há presentemente um serviço muito limitado nesta categoria, com apenas um comboio por dia por sentido entre Lisboa e Caldas da Rainha, e três comboios por dia, por sentido, entre Caldas da Rainha e Coimbra.
Uma vez completa a electrificação em curso da linha ferroviária oestina até às Caldas da Rainha, deverá considerar-se a criação de um serviço Inter-regional com horário cadenciado em direcção a Lisboa, a prolongar futuramente até Leiria. Este serviço poderia fazer serviço local entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, sendo rápido entre Torres Vedras e Lisboa. Neste último troço, o serviço local seria assegurado pelo prolongamento dos comboios urbanos que actualmente terminam em Mira Sintra-Meleças, também com uma cadência mínima de um comboio por hora e por sentido, sem prejuízo de haver serviços mais frequentes até à Malveira, por exemplo.
Ou seja, o padrão de serviços para a Linha do Oeste após a electrificação do troço Mira Sintra-Meleças - Caldas da Rainha seria acompanhado com um serviço urbano entre Lisboa e Torres Vedras e um serviço interurbano Lisboa - Caldas da Rainha. Este último é rápido entre Lisboa e Torres Vedras e com serviço local entre Torres Vedras e Caldas da Rainha.
“Relativamente ao terminal em Lisboa, a vantagem de inserir os comboios na Linha de Cintura é inegável já que facilita o acesso à zona de maior concentração de serviços da cidade. Contudo, esta linha encontra-se bastante congestionada, pelo que tal pode não ser possível face ao aumento do número de serviços. A alternativa é a utilização da estação de Lisboa Rossio como terminal dos serviços da Linha do Oeste. Em qualquer caso, a existência de serviços suburbanos frequentes na Linha de Sintra e de vários pontos onde é fácil fazer o transbordo assegura a acessibilidade a múltiplos destinos dentro da cidade de Lisboa”, acrescenta o documento.
Os tempos de viagem deverão melhorar, significativamente, face aos actuais com a utilização de material circulante eléctrico, com melhor desempenho. Actualmente a ligação Lisboa Sete Rios - Torres Vedras (13 paragens) faz-se em 1h13m e, após a electrificação da Linha do Oeste, baixará para 57m (ganho de 16 minutos), enquanto que no percurso Lisboa Sete Rios - Caldas da Rainha (13 paragens), passará de 1h52m para 1h35m (ganho de 17 minutos).
Em relação às categorias de serviço de passageiros, independentemente das designações comerciais, no âmbito do planeamento da rede ferroviária e com base nas suas características, distinguem-se três categorias principais de serviços ferroviários de passageiros: Alta velocidade (serviços rápidos de alta qualidade que servem os centros urbanos de maior dimensão e as principais ligações internacionais, inclui os actuais serviços com a designação comercial Alfa); Interurbanos (que incluem os comboios Intercidades e Inter-regionais, asseguram a cobertura do território e a ligação aos centros urbanos regionais); e Locais (que incluem os serviços suburbanos e regionais, providenciam mobilidade local de curta distância).
O novo Plano Ferroviário Nacional que define a rede ferroviária nacional, aprovado pelo Governo, determina que a empresa pública Infraestruturas de Portugal, S. A., promova a realização dos estudos necessários à tomada de decisão relativamente a vários investimentos ferroviários, entre os quais a ligação da zona Oeste a Lisboa. O documento, aprovado em Conselho de Ministros, foi publicado em Diário da República, estando o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P., como entidade responsável pelo Plano Ferroviário Nacional, no âmbito das suas atribuições de coordenação, fiscalização e planeamento no sector das infraestruturas ferroviárias.