Pesquisa   Facebook Jornal Alvorada

Assinatura Digital

Linha do Oeste é alternativa futura à Linha do Norte para transporte de mercadorias no novo Plano Nacional Ferroviário

cumprimento de comboios PNF 2025 A

O novo Plano Ferroviário Nacional, aprovado pelo Governo e publicado em Diário da República, prevê a consolidação da Linha do Oeste como itinerário alternativo à Linha do Norte no transporte de mercadorias, pelo que torna-se necessário introduzir uma melhoria das condições para a circulação dos comboios de mercadorias mais compridos nesta linha e pela melhoria da carga por eixo para 22,5 toneladas por eixo e 8 toneladas por metro linear. No caso da Linha do Leste, encontra-se apta para os comprimentos de comboios de 600 metros, “sendo prioritário a sua electrificação”, refere o documento.

Na Linha do Oeste, actualmente o cumprimento máximo dos comboios de mercadorias entre Torres Vedras e Figueira da Foz é de 500 metros, o mais curto da tabela permitida pela Infraestruturas de Portugal, que permite noutras linhas que seja de 600 e de 740 metros, consoante as linhas e após a conclusão do programa de investimentos Ferrovia 2020. Após os investimentos previstos no PNI 2030, o comprimento máximo dos comboios de mercadorias na Linha do Oeste passará para 600 metros entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz, mas manter-se-á nos 500 metros entre Caldas da Rainha e Torres Vedras, apesar do objectivo futuro passar por ser homogéneo.

Apesar de ser uma linha exclusiva para passageiros, a construção da linha de alta velocidade (LAV) Porto - Lisboa vai permitir uma libertação de capacidade muito significativa na Linha do Norte. “Tendo em conta que a Linha do Norte é actualmente utilizada, pelo menos em parte, por cerca de 90% dos comboios de mercadorias que circulam em Portugal, este será um factor importante para permitir o crescimento do tráfego de mercadorias”, prevê o PNF. Contudo, com o crescimento esperado do tráfego de mercadorias, as linhas que compõem a Rede Principal irão, a prazo, ficar novamente saturadas. Além disso, a robustez do sistema de transportes do país fica em causa quando está dependente de ligações que, em caso de interrupção devido a fenómenos meteorológicos extremos ou acidente, podem ficar interrompidas. “Assim pretende-se que todos os itinerários que integram a RTE-T Principal tenham disponíveis itinerários alternativos aptos para comboios de 740 m de comprimento e de 22,5 toneladas por eixo e 8 toneladas por metro linear, electrificados e com ERTMS [sigla em inglês para Sistema Europeu de Gestão de Tráfego Ferroviário]”. Poderá haver casos em que o incremento de investimento para dotar as linhas da capacidade para circularem comboios de 740 m seja de tal forma elevado, que se permitirá, nestas situações, que o comprimento mínimo de comboios a assegurar seja de 600 m.

O novo Plano Ferroviário Nacional que define a rede ferroviária nacional, aprovado pelo Governo, determina que a empresa pública Infraestruturas de Portugal, S. A., promova a realização dos estudos necessários à tomada de decisão relativamente a vários investimentos ferroviários, entre os quais a ligação da zona Oeste a Lisboa. O documento, aprovado em Conselho de Ministros, foi publicado em Diário da República, estando o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P., como entidade responsável pelo Plano Ferroviário Nacional, no âmbito das suas atribuições de coordenação, fiscalização e planeamento no sector das infraestruturas ferroviárias.

Texto: ALVORADA