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Estação de Leiria de Alta Velocidade é a porta de entrada para utentes da Linha do Oeste determina Plano Nacional Ferroviário

 Mapa Alta Velocidade e Linha do Oeste 2015 A

Com a paragem dos serviços de Alta Velocidade na actual estação de Leiria, esta passa a ser a principal interface ferroviário da região Oeste, estabelece o Plano Nacional Ferroviário, aprovado pelo Governo e publicado em Diário da República, que determina à Infraestruturas de Portugal, S. A., a avaliação de investimentos ferroviários prioritários. “Desta forma, estabelece-se a reformulação do padrão de serviços da Linha do Oeste, que actualmente terminam ou começam nas Caldas da Rainha”, refere a resolução do Conselho de Ministros.

A Norte de Leiria, e a complementar o já Intercidades Lisboa - Figueira da Foz, deverá ser criado um serviço Inter-regional Leiria-Coimbra que circule alternadamente e na mesma cadência do anterior. A Sul de Leiria, os serviços Inter-regionais cadenciados entre Lisboa e Caldas da Rainha deverão ser prolongados até Leiria, avaliando-se a possibilidade de efectuarem serviço local a Norte de Torres Vedras, evitando-se a necessidade de desdobrar serviços locais adicionais. “Com material circulante eléctrico e as velocidades modestas da linha, a penalização de tempo por cada paragem não é demasiado grande”, reconhece o Governo.

Quanto à interacção da Linha do Oeste com a Linha de Alta Velocidade (LAV) Lisboa - Porto, o padrão de serviços considerado após a sua construção permite a criação de um serviço Intercidades Lisboa - Figueira da Foz, que utiliza a LAV até Leiria e a Linha do Oeste a Norte de Leiria. “O serviço Intercidades Lisboa - Figueira da Foz ofereceria tempos de viagem competitivos com o automóvel, mesmo sem considerar os aumentos de velocidade previstos na Linha do Oeste a Norte de Leiria”, destaca o documento. O tempo de viagem de 1h45 é obtido assumindo que estes comboios efectuam paragem em todas as estações que são actualmente servidas pelo Inter-regional entre Leiria e Louriçal. Estes dois serviços podem ser intercalados na mesma cadência de horário, garantindo uma cadência de um comboio por hora entre Lisboa e Leiria.

Desta forma, Leiria ficaria a contar com, pelo menos, duas ligações por hora de e para Lisboa, com tempo de viagem não superior a 50 minutos. Com a presença dos serviços Intercidades na LAV, “pode considerar-se a pertinência da construção de uma estação intermédia entre Leiria e o Carregado, por exemplo, nas proximidades de Rio Maior, que serviria essa zona com um serviço ferroviário de elevada qualidade e permitiria captar mais tráfego para estes serviços, além de aumentar a cobertura territorial na região Oeste”, destaca ainda a Resolução do Conselho de Ministros.

Em relação às categorias de serviço de passageiros, independentemente das designações comerciais, no âmbito do planeamento da rede ferroviária e com base nas suas características, distinguem-se três categorias principais de serviços ferroviários de passageiros: Alta velocidade (serviços rápidos de alta qualidade que servem os centros urbanos de maior dimensão e as principais ligações internacionais, inclui os actuais serviços com a designação comercial Alfa); Interurbanos (que incluem os comboios Intercidades e Inter-regionais, asseguram a cobertura do território e a ligação aos centros urbanos regionais); e Locais (que incluem os serviços suburbanos e regionais, providenciam mobilidade local de curta distância).

No preâmbulo do documento é referido que o transporte ferroviário constitui uma prioridade do XXIV Governo Constitucional pela sua natureza estruturante do território e pelo seu papel essencial na descarbonização do sector da mobilidade. As vantagens ambientais deste modo de transporte conferem-lhe um papel central no cumprimento do objectivo de atingir a neutralidade climática em 2050, um compromisso assumido por Portugal e traduzido no Roteiro para a Neutralidade Carbónica aprovado pelo Governo em 2019. “Para além do compromisso de sustentabilidade ambiental do país, o desenvolvimento da rede ferroviária nacional representa um compromisso de crescimento económico, e de coesão territorial e social. Importa que esse desenvolvimento da rede ferroviária nacional ocorra de forma estruturada e no sentido do cumprimento dos compromissos afirmados por Portugal”, destaca o documento oficial. Assim, “a aprovação de um plano estratégico para a rede ferroviária nacional garante estabilidade ao planeamento dos investimentos a concretizar num horizonte de longo prazo, determinando soluções capazes de conduzir à transferência modal para a ferrovia e, consequentemente, assegurando os inequívocos benefícios ambientais”.

Texto: ALVORADA