Pesquisa   Facebook Jornal Alvorada

Assinatura Digital

Comissão de Defesa da Linha do Oeste culpa Infraestruturas de Portugal pelos atrasos nas obras de modernização

Linha do Oeste Bombarral

A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste culpou hoje a empresa Infraestruturas de Portugal (IP) pelos atrasos na conclusão das obras de modernização desta linha ferroviária, exigindo investimentos mais rápidos para fazer circular comboios eléctricos.

É verdade que se registaram danos pelos actos de furto e vandalismo praticados em determinados pontos da via, mas, a maior verdade - e que a IP não assume - é a de que esta obra já deveria estar pronta há dois anos e não está, por sua responsabilidade e não de outros de identidade incerta”, refere a comissão em comunicado.

Apesar da reabertura da linha à circulação de comboios a partir domingo, a comissão alerta que “os comboios a diesel vão manter-se em circulação até 2026 porque a IP não construiu atempadamente a subestação elétrica de Runa, que deverá alimentar de energia eléctrica o troço entre Meleças e Caldas da Rainha”. Por isso, a comissão “exige que a modernização da Linha do Oeste, em toda a extensão onde não existe energia eléctrica, seja concretizada no mais curto espaço de tempo e colocados em circulação os novos comboios, adquiridos para o efeito”.

A Linha do Oeste (Sintra/Figueira da Foz) é reaberta no domingo à circulação de comboios no troço entre as estações de Mira Sintra-Meleças (Sintra) e Malveira (Mafra). “A reposição da circulação ferroviária é garantida após a execução dos trabalhos de substituição, reparação e reabilitação dos equipamentos dos sistemas de sinalização electrónica que haviam sido alvo de actos de furto e vandalismo, impedindo a exploração comercial da linha”, refere a IP em comunicado. A extensão dos danos incidiu entre as estações de Mira Sintra-Meleças e Sabugo, “obrigando à realização de um significativo conjunto de intervenções não previstas no planeamento inicial da obra, prejudicando os prazos previstos para a reposição da circulação ferroviária”.

No âmbito das obras de modernização da Linha do Oeste, em Abril de 2024, foi suspensa a circulação ferroviária entre Meleças e Torres Vedras, “para permitir a realização dos trabalhos no túnel da Sapataria”, no concelho de Sobral de Monte Agraço. O prazo para conclusão das empreitadas já teve vários adiamentos.

A IP adiou para o final deste ano a conclusão das obras de modernização e electrificação na Linha do Oeste (Sintra/Figueira da Foz), devido a sucessivos atrasos na empreitada, para os quais a Comissão para a Defesa da Linha do Oeste tem alertado. O projecto de modernização da Linha do Oeste está dividido em duas empreitadas, sendo a primeira a de electrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, num investimento de 61,7 milhões de euros (ME). A segunda consiste na modernização e electrificação do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, orçada em 40 ME. Contudo, o investimento global é de 160 ME, incluindo expropriações.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)