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Carnaval de Torres Vedras 2025 dedicado aos 50 anos do 25 de Abril

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O Carnaval de Torres Vedras, que se realiza de 28 de Fevereiro a 5 de Março, associa-se este ano às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 enquanto evento que apela à liberdade de todos.

Este ano celebramos os 50 anos do 25 de Abril, temos um Carnaval de liberdade e estamos com muitas expectativas para ver como é que os mascarados vão interpretar o tema”, afirmou à agência Lusa Rui Penetra, presidente da empresa municipal Promotorres, que organiza o evento.

Num ano em que o Carnaval se pretende reafirmar a tradição de evento aberto à liberdade criativa de todos, a organização “dá um passo para o tornar mais inclusivo”.

As medidas passam pela criação de duas bolsas adicionais de estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida junto às entradas do recinto, com 15 lugares disponíveis e tradução em língua gestual em tempo real na chegada dos reis [sexta-feira] e no enterro do entrudo [quarta-feira].

O monumento alusivo ao Carnaval erguido no centro da cidade e inaugurado no sábado passado possui código QR, que remete as pessoas invisuais para um audioguia com uma descrição do que retrata.

O Carnaval de Torres Vedras, com um orçamento de 1,1 milhões de euros, semelhante a 2024, ultima os preparativos para receber mais de meio milhão de visitantes. “Como o Carnaval este ano é mais tarde, a expectativa é que as condições climatéricas sejam mais favoráveis e que se ultrapasse o meio milhão de visitantes”, indicou.

A edição de 2024 ficou aquém do esperado, com 450 mil visitantes e um prejuízo de quase 200 mil euros. O evento é conhecido pela habitual sátira política e social, patente dos carros alegóricos e no monumento, que aludem também ao tema anual. Enquanto se ultima a construção dos carros alegóricos, o monumento erguido no centro da cidade, com 10 metros de altura, evoca o tema deste ano, com uma enorme figura feminina a libertar uma pomba e as figuras de Zeca Afonso e Salgueiro Maia a tapar os ouvidos para não ouvirem os programas televisivos de entretenimento, em alusão à liberdade conquistada pela ‘Revolução dos Cravos’.

O monumento satiriza também os actuais líderes políticos, colocando Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro na máquina do 'bloco central' a torcer o Zé Povinho, assim como o novo produto comercializado pela apresentadora de programas televisivos Cristina Ferreira. A sátira à política internacional também não é esquecida, com os presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Donald Trump (Estados Unidos da América).

Uma delegação com cerca de mil mascarados, liderada pelos Reis do Carnaval e pela presidente da câmara de Torres Vedras, desloca-se até Lisboa, onde é recebida pelo presidente da câmara Carlos Moedas e desfila pelas ruas da baixa para a tradicional acção de promoção do evento.

Entre 28 de Fevereiro e 4 de Março realizam-se os habituais desfiles de milhares de mascarados e dos carros alegóricos, diversão nocturna em várias praças ao ar livre e bares e discotecas da cidade, culminando no dia 5 com a tradicional cerimónia do enterro do entrudo.

São estimadas receitas de, pelo menos, 12 milhões de euros na economia local.

Em 2023, o Carnaval de Torres Vedras foi inscrito no Património Cultural Imaterial Nacional por ser considerado ‘o mais português de Portugal’ e se manter fiel às tradições do Entrudo português.

O Município de Torres Vedras está a preparar a candidatura do Carnaval a património imaterial da UNESCO, cujo dossiê deverá ser entregue até 15 de Março.

Texto: ALVORADA com agência Lusa