Conclusão da modernização da Linha do Oeste adiada para final do ano informa Infraestruturas de Portugal
- Categoria: Oeste
- 08/01/2025 18:14
A Infraestruturas de Portugal adiou para o final do ano a conclusão das obras de modernização e electrificação na Linha do Oeste (Sintra/Figueira da Foz), devido a sucessivos atrasos na empreitada, confirmou hoje a empresa à agência Lusa.
“As empreitadas serão concluídas no decorrer do segundo semestre deste ano, seguindo-se posteriormente um período de alguns meses para testes, as fases de ensaios e certificação, obrigatórias para permitir que a operação em regime eléctrico possa ser disponibilizada aos operadores ferroviários”, respondeu a empresa, após ser questionada pela Lusa. Segundo a Infraestruturas de Portugal, estão ainda em curso “trabalhos de intervenção sobre o traçado de via-férrea e plataformas de passageiros e de instalação das infraestruturas fixas de tracção eléctrica”.
A circulação ferroviária entre os troços de Malveira e Torres Vedras foi retomada no domingo “sem estarem concluídos os trabalhos de electrificação” da linha, sendo por isso assegurada com os comboios tradicionais. A entrada em operação do regime eléctrico só acontecerá após conclusão das obras e dos ensaios realizados.
A circulação ferroviária entre Meleças (Sintra) - Torres Vedras foi suspensa em Abril de 2024, “para permitir a realização dos trabalhos no túnel da Sapataria”, no concelho de Sobral de Monte Agraço. Estava previsto que a suspensão durasse quatro meses, mas foi prolongada devido a situações imprevistas nos trabalhos do túnel. A intervenção no túnel, que envolveu a reabilitação, reforço estrutural e aumento da altura livre no seu interior, de forma a permitir a instalação da catenária de alimentação eléctrica dos comboios, foi concluída em Novembro. As restantes intervenções “estão praticamente concluídas”.
Contudo, foram identificados “diversos locais alvo de actos de vandalismo e furto de materiais, nomeadamente ao nível dos sistemas de sinalização e de distribuição e alimentação eléctrica aérea, que comprometem as funções de exploração dos equipamentos de sinalização e passagens de nível instalados no longo deste troço”, estando a IP a intervir para repor as condições de circulação e segurança. Face à “extensão dos danos verificados na estação de Meleças, os trabalhos vão ainda prolongar-se”, prevendo-se a que circulação ferroviária entre Malveira e Meleças “possa ocorrer durante o mês de Fevereiro”. O prazo para conclusão das empreitadas já teve vários adiamentos.
A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste tem alertado para o atraso na conclusão das obras, assim como para a necessidade de desenvolvimento do concurso para a modernização e electrificação do troço Caldas da Rainha/Louriçal. O projeto de modernização da Linha do Oeste (Sintra/Figueira da Foz) está dividido em duas empreitadas, sendo a primeira a de eletrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, num investimento de 61,7 milhões de euros (ME). A segunda consiste na modernização e electrificação do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, orçada em 40 ME. Contudo, o investimento global é de 160 ME, incluindo expropriações. Para a modernização integral da linha, a IP está “em fase de contratação” do projecto de requalificação entre Caldas da Rainha e Louriçal, no distrito de Leiria, para o qual não dispõe ainda de estimativa orçamental.
Em Dezembro, os autarcas da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria admitiram recorrer ao Tribunal de Justiça europeu contra a retirada do financiamento de 66 milhões de euros para a modernização do troço. A IP esclareceu à Lusa que a dotação “está alocada às obras da segunda fase do troço Meleças/Caldas da Rainha e aos estudos e projectos do troço Caldas da Rainha/Louriçal (Pombal)”, remetendo as obras para o período 2028-2034.